Pedágio do Caí será R$ 9,82 

Levantamento da empresa responsável aponta para instalação na altura do KM 4,2 da RS 122 - Crédito: Fato Novo

Foi realizado no início da tarde de hoje, quarta-feira, dia 13, o leilão para definir a empresa que passará a ser responsável pelas principais rodovias estaduais da região e também o valor das tarifas.

No bloco 3, que é o primeiro do Programa RS Parcerias, do Governo do Estado, que vai passar para a iniciativa privada, apenas um grupo participou do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. É o Consórcio Integrasul, formado pelas empresas Silva & Bertoli Empreendimento e Participações Societárias SA e Gregor Participações Ltda, ambas do Paraná. E sem concorrência, as tarifas devem ficar perto dos valores máximos propostos no edital. O deságio foi de apenas 1,3%, frustrando a expectativa de menores tarifas.

A tarifa do pedágio previsto no quilômetro 4 da RS 122, no Areião, em São Sebastião do Caí, será a mais alta de todas as seis praças previstas no bloco 3, com R$ 9,82. Já no pedágio previsto para o quilômetro 30 da RS 240, no Paquete, em Capela de Santana, deverá ser de R$ 7,18. E com cobrança nos dois sentidos, sem direito a isenção para moradores locais, tendo apenas desconto para usuários mais freqüentes. Com as novas praças, o atual pedágio do Portão, onde a tarifa atual é de R$ 6,50 e cobrança num só sentido, além de isenção para moradores locais, será desativado.

Tarifa deverá ser de R$ 7,18 na RS 240 no Paquete, perto da divisa entre Capela de Santana e Montenegro
– Crédito: Guilherme Baptista/FN

Em 2020 o mesmo consórcio Integrasul participou do leilão de um trecho da RSC 287, entre Tabaí e Santa Maria, ficando em segundo lugar. Na época o deságio chegou a 54%, mas tinham quatro empresas participando da concorrência. Agora, sem disputa, praticamente não teve desconto nas tarifas. Empresas alegam valor alto dos insumos, principalmente asfalto, com obras devendo ocorrer em até 7 anos, num contrato com período de trinta anos. Outra dificuldade é que para cada ponto percentual de desconto que fosse oferecido na tarifa, o investidor teria de depositar previamente R$ 6,7 milhões como garantia da execução dos serviços.

Prefeitos e lideranças do Caí e de Capela de Santana se manifestaram contra os pedágios em suas cidades, inclusive ingressando com ações na Justiça. O Governo do Estado alega que somente com as concessões poderão ser realizadas as obras necessárias, incluindo duplicações, terceiras faixas, ciclovias, passarelas, viadutos, trevos de acesso, videomonitoramento, serviços de guincho e ambulância, entre outras melhorias.

Campani revoltado

Em entrevista para a Rádio Gaúcha, logo após o leilão, o prefeito caiense Júlio Campani manifestou sua indignação com a localização do pedágio e o alto valor da tarifa. “Vai causar um enorme prejuízo ao nosso município”, lamenta. Disse que na Justiça a Prefeitura não obteve sucesso nas duas ações ingressadas na semana passada. Lembrou que o município também está asfaltando a estrada do Passo da Taquara, entre a RS 122 e a RS 240 em Capela de Santana, que poderá servir de desvio do novo pedágio.

O prefeito de Capela, Alfredo Machado, também tem se manifestado forte contra a praça de pedágio anunciada no município, ressaltando que vai causar enormes prejuízos para a comunidade capelense.

O Governo acredita que até outubro a empresa já poderá assumir a gestão e manutenção dos 271,5 quilômetros das rodovias concedidas para a iniciativa privada.

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