Alunas negam envolvimento, mas foram as últimas a sair do banheiro em que iniciou o incêndio em escola

Sala de aula, laboratório de informática, banheiro e cozinha foram atingidos pelo fogo ontem em Pareci Velho - Crédito das fotos: Bombeiros e Reprodução

A Polícia Civil ouviu as duas alunas suspeitas de envolvimento no incêndio na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças, ocorrido ontem pela manhã, segunda-feira, dia 24, na localidade de Pareci Velho, em Capela de Santana.

Conforme o delegado Fabio Motta Lopes, primeira a depor, uma adolescente de 15 anos, atribuiu à outra estudante, de 17 anos, ter ateado fogo no banheiro feminino, por ser agressiva e não gostar do colégio. Um bilhete foi levado pela menor para a direção do colégio, em que estaria escrito que a escola pegaria fogo caso não fosse fechada.

Segundo o delegado, a adolescente de 17 anos negou ter começado o incêndio e disse acreditar que a autora seria a de 15 anos. “Uma toca para a outra”, diz o delegado. O certo é que as duas teriam sido as últimas a saírem do banheiro feminino, de funcionárias, onde iniciaram as chamas junto ao local em que estavam depositados materiais de limpeza, como álcool.

A Polícia também colheu depoimentos de mais estudantes, professores, funcionários e direção, além de analisar imagens de câmeras de segurança. O delegado cita que está sendo aguardado o resultado do laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP). Por sorte ninguém ficou ferido. Em torno de cem alunos estavam na escola no momento do sinistro, sendo as salas evacuadas e todos levados para o pátio até serem buscados pelos pais ou responsáveis. Duas professoras, que teriam inalado fumaça e estavam muito nervosas, foram atendidas no posto de saúde, que fica próximo.

O delegado acredita que foi um caso isolado, sem ter sido planejado ou com ligação com outras ameaças que vinham ocorrendo desde o ataque na creche de Blumenau (SC) no início do mês. Ele suspeita que tenha sido uma brincadeira de mau muito mau gosto, em que teriam iniciado o fogo com o uso de um isqueiro, sem medir as conseqüências. “Poderia ter tido vítima fatal”, alerta, ressaltando que foi um crime e por isso estão sujeitas a penas que vão desde advertência até medidas socioeducativas como internação em instituição.

Além do telhado, forro e piso, o fogo atingiu banheiro, sala de aula, cozinha e o novo laboratório de informática que nem chegou a ser inaugurado. As aulas seguem suspensas, mas devem ser retomadas na próxima semana sem ocupar as dependências atingidas pelo fogo. O secretário municipal de educação, João Leomar de Almeida, informou que o setor de engenharia da Prefeitura vai avaliar a estrutura. Já as adolescentes devem ser encaminhadas ao Núcleo de Atendimento Educacional para atendimento psicológico.

Após os bombeiros de Portão e Montenegro apagarem as chamas e realizarem o rescaldo, com o isolamento da Brigada Militar, iniciou o trabalho de limpeza dos locais atingidos. A estimativa é de que deverão ser investidos cerca de 150 mil reais na recuperação da estrutura danificada. Todos os equipamentos da sala de informática e instrumentos da banda da escola, a primeira do município, foram perdidos.

 

 

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