Prefeitos e deputados vão pedir ao governador para não assinar contrato de concessão das rodovias

Júlio Campani falou hoje em nome dos prefeitos com o presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira, que amanhã terá reunião com o governador Ranolfo Vieira Júnior - Reprodução/FN

O prefeito de São Sebastião do Caí, Júlio Campani (PSDB), avaliou como bastante positiva a reunião ocorrida por volta do meio-dia desta terça-feira, dia 19, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O encontro, que teve a presença de deputados, prefeitos e demais lideranças, busca uma mobilização para impedir a homologação do leilão de concessão das rodovias do bloco 3, ocorrido na última semana na Bolsa de Valores de São Paulo.

Reunião ocorreu hoje na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre
– Crédito: Gustavo Rubert/Divulgação AL

Campani falou em nome dos prefeitos e recebeu apoio para evitar a assinatura do contrato entre o Governo do Estado e o consórcio Integrasul, único participantes do leilão de quarta-feira passada, dia 13. Os prefeitos de Bom Princípio, Fábio Persch, e da Feliz, Junior Freiberger, também estavam presentes, assim como vice-prefeitos, secretários municipais e vereadores da região. “Todos foram unânimes em apoiar o nosso pleito”, ressalta.

Conforme o prefeito caiense, o presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), deverá ter uma reunião amanhã, quarta-feira, com o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), para pedir um encontro com os prefeitos, deputados e lideranças, que pedem a não homologação do resultado do leilão. Campani destaca ainda que a mobilização está ganhando força e repercussão. “Saio da reunião muito feliz com o resultado e agradeço ao presidente da Assembleia Legislativa por ter aberto as portas”, conclui.

O prefeito caiense tem sido contundente em criticar a localização do pedágio no quilômetro 4 da ERS 122, em São Sebastião do Caí. “Vai dividir um importante bairro, o Areião, ao meio”, ressalta, protestando também contra o quê considera uma tarifa abusiva de quase 10 reais. Mesmo com a necessidade de obras e melhorias, o alto valor das tarifas também está criticando por outros prefeitos e lideranças do Vale do Caí e da Serra. O deságio de apenas 1,3%, sem ter concorrência no leilão, gerou frustração. Em 2020, no leilão de um trecho da RS 287, participaram quatro empresas e o deságio foi de 54%, baixando a tarifa para R$ 3,36. Já agora, no caso da praça do Caí, praticamente ficou no valor máximo, com tarifa prevista de R$ 9,83. E também no Vale do Caí terá mais uma praça de pedágio na RS 240, altura da localidade de Paquete, em Capela de Santana, perto da divisa com Montenegro, com tarifa de R$ 7,19. E com cobrança nos dois sentidos, sem direito a isenção para moradores locais, tendo apenas desconto para usuários mais freqüentes. Com as novas praças será desativado o atual pedágio do Portão, onde a tarifa atual é de R$ 6,50 e cobrança num só sentido, além de isenção para moradores locais.

O contrato pode ser assinado já em outubro ou deste ano, assumindo a empresa que fará a gestão e manutenção das rodovias. E com isso poderá inicialmente fazer a cobrança no atual pedágio de Rincão do Cascalho (Portão), já aumentando as tarifas, até a instalação das duas novas praças em 2023.

Para o Governo do Estado, a não homologação do resultado do leilão traria prejuízos ao Rio Grande do Sul no referente a falta de credibilidade, desperdício de recursos e indenização das partes envolvidas. O secretário de parcerias do Estado, Leonardo Busatto, defende a concessão das rodovias para que ocorram melhorias e investimentos, citando que deverão ser investidos cerca de R$ 3,4 bilhões nos próximos 30 anos.

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