Lideranças pedem adiamento da instalação dos pedágios e Governo vai dar mais tempo para manifestações
Na tarde desta quinta-feira, dia 15, aconteceu à audiência pública, de forma online, promovida pelo Governo do Estado, sobre o projeto de concessões de rodovias estaduais e a implantação de novos pedágios.
Inicialmente ocorreu uma apresentação do modelo de concessão. Logo após cerca de trinta pessoas, entre prefeitos, deputados, vereadores, secretários municipais e lideranças se manifestaram com questionamentos, a grande maioria contra a instalação dos pedágios. Entre as principais reivindicações estavam mais tempo para discutir o modelo de concessões, mudança dos locais propostos para os pedágios, isenção para moradores, retirada da outorga onerosa e tarifas menores.
O prefeito de Capela de Santana, Alfredo Machado, voltou a ser enfático na posição do município. “Não aceitamos o pedágio”, disse, dizendo que no quilômetro 25 da RS 240, na localidade de Divisa, onde o Governo anunciou uma praça, é justamente o local em que a Prefeitura quer instalar um centro logístico. A vereadora capelense Loreni de Pariz reforçou a posição da comunidade contra o pedágio no município. Rafael Cruz, que é da Capela e trabalha na Prefeitura de Montenegro, também criticou o anúncio de um pedágio entre os dois municípios. Dirceu Godoi de Quadros, da Feliz, foi outra posição contrária ao formato apresentado pelo Governo. Já o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, seguiu a mesma linha dos demais, pedindo mais diálogo sobre o assunto. “É pouco tempo para discutir algo que vai impactar por trinta anos”, disse, pedindo também isenção, retirada da outorga onerosa e redução das tarifas. O vereador, Everton Krewer, da Feliz, falou dos prejuízos que a instalação de um pedágio anunciado para o quilômetro 22,5 da RS 122, no bairro Bela Vista em Bom Princípio, iria trazer para a região. E o prefeito em exercício de Bom Princípio, Joãozinho Weschenfelder, igualmente repudiou a instalação do pedágio no município, questionando qual o critério usado e que deveria ter um debate muito mais amplo.
Na parte final, o secretário extraordinário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto, e sua equipe, responderam os questionamentos e prestaram esclarecimentos. Falaram sobre o cálculo das tarifas e o plano de investimentos. Sobre os locais escolhidos, citaram que foram levadas em conta critérios como áreas planas, com movimento, sem desvios, mais distantes de áreas urbanas e outras praças. “É uma proposta em discussão e que pode ser modificada com as contribuições propostas”, afirmou Busatto. Citou que os locais anunciados para os pedágios podem ser alterados, mas isso deve acarretar em aumento nas tarifas. Disse que todos os investimentos previstos estão detalhados no site RS Parcerias e que mais melhorias podem ocorrer. “Estamos estudando alternativas que são possíveis. Ajudem-nos a aprimorar o projeto”, frisou, citando que o tempo para a consulta pública, por email, que estava programado até o próximo domingo, dia 18, será estendido por mais tempo. Admitiu que o edital para abertura do processo de concessão, previsto para setembro, pode ser adiado, mas deve sair neste ano. Mas ressaltou que não se deve perder esta oportunidade de melhorar a malha rodoviária gaúcha, incluindo também viadutos, passarelas e serviços. Mas deixou claro que as obras só vão ocorrer com as concessões e pedágios, pois o Governo do Estado não tem recursos para investir.
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