Argentinos abandonados em Bom Princípio denunciaram trabalho análogo a escravidão na Serra

Após ser procurada por dois argentinos em Bom Princípio, Brigada fez registro na Polícia Civil e foram acionados Polícia Federal e Ministério Público, que resgataram mais dois (pai e filho de 14 anos) em Nova Petropolis - Crédito: BM

Dois homens, um de 24 anos e outro de 46 anos, ambos argentinos, no final da manhã do último sábado, 1º de abril, em torno de 11h30, procuraram a Brigada Militar de Bom Princípio. Eles informaram que foram deixados no município por um indivíduo de Nova Petrópolis, onde estariam trabalhando desde agosto do ano passado no corte de eucalipto numa propriedade em Linha Imperial. Informaram que não receberam salário e eram obrigados a residir em buracos improvisados.

Na noite de sexta-feira, 31 de março, citam que foram convidados pelos empregadores a jantar num restaurante e depois acabaram sendo abandonados em Bom Princípio, sem nenhum dinheiro. Disseram que foram ameaçados caso denunciassem o caso para a Polícia.

Quatro argentinos, entre eles um adolescente de 14 anos e seu pai, trabalhavam em propriedade de Nova Petrópolis
Crédito: BM

A Brigada Militar de Bom Princípio encaminhou os dois para a UPA e depois foi feito registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Montenegro como mais um caso de condições análogas a escravidão no Rio Grande do Sul.

O Ministério do Trabalho e emprego (MTE) foi acionado e outros dois homens, pai e filho, sendo o adolescente de 14 anos, foram resgatados, sendo verificada a situação degradante em que viviam sem as mínimas condições. Sequer tinham água potável e banheiro. Teriam entrado ilegalmente no Brasil. Foram encaminhados para alojamento da Fundação de Assistência Social (FAS) em Caxias do Sul e devem retornar para a Argentina. Já o contratante foi preso pela Polícia Federal e encaminhado ao sistema penitenciário. Conforme foi apurado ele teria sido responsável pela contratação da mão de obra.

Em fevereiro deste ano ganhou grande repercussão o caso de mais de 200 trabalhadores, a maioria oriundos da Bahia, resgatados e um alojamento em Bento Gonçalves, após denúncia de estarem trabalhando em regime análogo à escravidão na colheita da uva. Uma empresa terceirizada tinha contratado os trabalhadores para trabalhar para vinícolas da Serra Gaúcha.

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