Vereadora Camila pede licença e vereador Valdeci é internado

Rodrigo Corrêa, que fez a denúncia contra a vereadora Camila no processo de impeachment, prestou depoimento hoje - Crédito: Guilherme Baptista/FN

Os dois vereadores do Partido Republicanos, Camila Oliveira e Valdeci Alves de Castro, estavam ausentes hoje, quarta-feira, dia 7, em mais uma reunião referente ao processo de impeachment contra a vereadora. Ambos estão em licença por problemas de saúde.

Vereador Valdeci deve ser submetido a procedimento de cateterismo hoje
– Crédito: Câmara de Vereadores

Conforme sua assessoria, Camila teve um mal-estar e pediu licença por cinco dias, que vence na próxima segunda-feira, dia 12. Por isso o seu depoimento, previsto para hoje, acabou sendo adiado e ainda não tem data marcada. Já o vereador Valdeci, que é o relator da comissão do processo de impeachment, foi internado as pressas no Hospital Montenegro devido a um problema cardíaco e nesta quinta-feira deve ser removido para Canoas para ser submetido a um cateterismo. “Já tive dois AVCs, mas nunca tinha sentido tanta dor que nem ontem. É o terceiro aviso. Estava em casa quando começou a dor muito o peito e consegui chegar ao hospital. Por sorte me atenderam rápido”, diz, lembrando que tem problemas de hipertensão.

Vereadora Camila está com atestado de saúde até segunda-feira
– Crédito: Guilherme Baptista/FN

Em razão das licenças, os dois vereadores não devem participar da sessão ordinária da Câmara nesta quinta-feira.

Discussão na oitiva

Mesmo com a ausência dos dois vereadores, ocorreu a reunião hoje. Foi ouvida mais uma testemunha de defesa, que é uma moradora de Porto Alegre que não tinha sido localizada antes e estava com atestado de saúde devido a covid. Uma última das dez testemunhas de defesa, residente no Rio de Janeiro, não será mais ouvida, pois foi dispensada pela própria defesa.

Hoje também ocorreu a oitiva do denunciante, que é o ex-presidente do PDT e suplente de vereador Rodrigo Corrêa. Ele foi bastante questionado pelo advogado de defesa da vereadora, Jorge Fernandes, com relação a legalidade e constitucionalidade da denúncia. O advogado alegou que a denúncia não tinha cabimento, por considerar que a vereadora poderia fazer manifestações dentro de seu gabinete na Câmara. “Não vejo motivos para cassar o mandato da vereadora. Estão fazendo um movimento político para cassar a vereadora, mas vamos até a justiça se for necessário para garantir a presença dela na Câmara”, diz. Já para Rodrigo ela não poderia fazer manifestações de cunho eleitoral, com propaganda política, numa repartição pública, e ainda ofender as mulheres de esquerda, com a participação de menores, entendendo que houve quebra de decoro parlamentar. Ocorreram inclusive momentos mais tensos, de discussão por discordância sobre várias questões.

O presidente da comissão, vereador Felipe Kinn, diz que será marcada uma nova data para ouvir a vereadora Camila. “Vamos aguardar ela se recuperar”, diz, esperando também o retorno do vereador Valdeci, para que faça o seu relatório, o qual deve ser apresentado para a comissão e depois votado em plenário.

O vereador Felipe Kinn (MDB) lembra que a comissão tem 90 dias, desde a abertura do processo, para concluir os trabalhos. O processo foi aberto por 8 votos a 1, sendo apenas Camila contrária. Também estão sendo analisadas as denúncias encaminhadas para o Conselho de Ética, igualmente presidido por Kinn. Representantes de três partidos (MDB, PSB e PTB) já tinham apresentado denúncia contra a vereadora Camila, que foi encaminhada para a comissão de ética do legislativo. Segundo a denúncia, foi utilizada a estrutura da casa legislativa para a filmagem de propaganda política eleitoral, contendo músicas com expressões de ódio e preconceito. Nos vídeos aparecem imagens do atual presidente Jair Bolsonaro, do qual ela é apoiadora, além da participação de duas jovens, cantando com a parlamentar. Num dos vídeos, as três cantam e dançam ao som de um funk, cuja letra diz: “As mina de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela”. Já em outro vídeo cantam: “Ei, petista, pensou que ia escapar? Se liga, vagabundo, tu vai ter que trabalhar”. O caso teve grande repercussão, em reportagens em vários veículos de comunicação do Estado e do país.

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