Protesto com caixão chama a atenção no centro

Ativista social Luciano mergulhador, com caixão e máscara de caveira, protestou contra restrições ao comércio e cobrança de pedágio - Crédito: Guilherme Baptista/FN

Um protesto inusitado chamou a atenção na manhã desta quarta-feira, dia 7, no centro de Montenegro.

Desde o início da manhã, um homem, com capacete de motociclista e máscara de caveira, puxava um caixão pela Rua Ramiro Barcelos – a principal via da cidade. O caixão funerário estava sobre rodas, sendo puxado enquanto o ativista Luciano Mergulhador usava um apito e protestava contra a manutenção dos pedágios e decretos que têm determinado restrições ao comércio e serviços. No caixão, inclusive, constava um cartaz escrito “Pedágio Essencial”.

O ativista social, que já é famoso por participações em outras manifestações pelo país, disse que morou e estudou em Montenegro. “Represento um movimento da sociedade civil organizada, contra decretos que restringem o comércio, serviços, igreja, esporte, mas mantém a cobrança dos pedágios”, declarou o mergulhador profissional. “Perdi quatro amigos, mas não por causa do coronavírus e sim porque eram pobres e não tinham condições de ter respirador”, completou. Sobre o caixão, declarou que a finalidade é chamar a atenção para lutar pela vida das pessoas.

Luciano Carvalho de Sá diz que foi bem recebido pelos montenegrinos, já que a maioria apoiou o seu protesto. “Dou trabalho para a classe político desse país”, declarou, citando as várias ações que já participou. Luciano Carvalho de Sá já chegou a ser detido e algemado ao tentar entrar com o caixão na sessão da Câmara de Vereadores de Paranaguá (Paraná). Na mesma cidade, também com um caixão, fez protestos contra cobrança de taxa de esgoto e porque uma ponte estaria “caindo”. Já em Florianópolis (SC) usou o caixão para protestar contra o então governador Carlos Moisés, o qual recentemente voltou a ser afastado em processo de impeachment.

O ativista também já esteve envolvido numa grande polêmica após aparecer numa foto ao lado de Adélio Bispo de Oliveira, durante um protesto em Florianópolis (SC) contra o então presidente Michel Temer, na greve dos caminhoneiros. Adélio é acusado da facada no presidente Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral de 2018. Em vídeo, junto com apoiadores do atual presidente, o ativista questionou a insanidade mental de Adélio e fez acusação que o levaram a prestar depoimento na Polícia Federal.

Em Montenegro chegou a ser questionado por que não usava máscara contra o coronavírus. “Estou na rua, ao ar livre”, justificou. Cita que somente uma pessoa fez o questionamento e que seu protesto não sofreu nenhum impedimento. “Fui muito bem recebido”, concluiu, dizendo que está realizando uma marcha, pelos três estados do Sul, visitando as cidades e questionando as restrições ao comércio e a manutenção das cobranças em pedágios.

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