Família busca explicações para morte de menino de 3 anos

Criança diagnosticada com pneumonia e água no pulmão foi sepultada no último sábado - Reprodução/FN

O menino José Adão de Oliveira, de 3 anos de idade, gostava muito de brincar. Mesmo quando estava internado no hospital, a família mostra vídeos em que brincava no quarto, com muita energia. Por isso todos ficaram surpresos e consternados com o falecimento do pequeno José na última sexta-feira, dia 22 de abril.

A família de José Adão reside na localidade de Rua Nova, no interior de Montenegro. O velório aconteceu na capela mortuária da Funerária Vargas e o sepultamento foi na tarde do último sábado, dia 23, no cemitério de Bom Jardim do Caí, em Triunfo.

A mãe da criança, ainda muito abalada, em lágrimas relatou sobre os últimos dias do filho. Patrícia diz que tudo começou com uma simples gripe, em que José estava com o nariz escorrendo e um pouco de tosse. “Dei o mesmo remédio de sempre, mas desta vez não estava dando resultado”, conta. A mãe diz que levou então o filho no médico, dia 12 de abril, no plantão da Secretaria da Saúde. Mostrou a receita que foi dada, com Dipirona, Paracetamol e um xarope. Mesmo com a medicação, conta que o quadro de saúde de José continuou piorando e o levou novamente no plantão em 16 de abril, sábado. Conta que foi feito teste de Covid, que deu negativo. Diz que após exames, foi mantida a medicação para a gripe. Entretanto, a saúde da criança continuou piorando e voltou ao médico no dia 19. Foi quando surgiu a suspeita de pneumonia, que é uma infecção nos pulmões. Lembra que o médico pediu exames de raio x e o menino foi encaminhado para o Hospital Montenegro.

No hospital, José Adão ainda brincava e estava cheio de energia, mas depois sua saúde piorou e não resistiu
– Reprodução/FN

Com dificuldades para respirar, José recebeu oxigênio e após exame foi confirmado pneumonia, sendo então internado. “Ele chorava de dor”, recorda a mãe. Ela diz que na quarta-feira foram feitos novos exames, constatando água no pulmão. “Tiraram 250 ml de água”, diz. E aí foi entubado. Iniciou a busca por vaga em outro hospital, devido a gravidade. Foi conseguido leito no Hospital da Ulbra, em Canoas, mas dependia de transporte em ambulância especial, tipo UTI Pediátrica, que demorou cerca de 8 horas. A mãe diz que aguardaram vir uma ambulância de Torres para levar o filho. Foi encaminhado as pressas em estado já gravíssimo. Na chegada ao hospital de Canoas, a mãe diz que foi informada que o filho tinha sofrido parada cardíaca e estavam tentando reanimá-lo. “Vi tudo. Tentaram a reanimação por 40 minutos e não deu resultado”, conta, em lágrimas. Foi diagnosticado o óbito no início da madrugada de sexta-feira, à 1h18min.

Muito nervosa, Patrícia e o marido tentam entender e buscar explicações sobre o quê aconteceu. “Meu menininho se foi”, diz, sem conseguir falar mais. Na tarde de terça-feira voltou a procurar médico em Montenegro, desta vez para a filha de 6 anos. “Ela tá muito abalada pela perda do irmãozinho. Ficavam juntos 24 horas. Toda hora pergunta por ele. Está muito difícil”, completa.

O pai, Adão, diz que a família quer justiça. “Nada vai trazer ele de volta, mas a morte do José não pode ficar em vão. Não queremos que outras famílias sofram como nós. Vamos até o fim”, declara.

Secretaria da Saúde e Hospital

O secretário municipal da saúde, Rodrigo Streb, declarou que a criança foi atendida pelos médicos do Município, que sempre orientaram para em caso de piora para retornar. “Quando foi constatado um agravamento do quadro, o médico prontamente entrou em contato com o HM e solicitou um exame de raio x e avaliação pela casa de saúde. Após a internação a criança fica sob a responsabilidade do hospital. E ambulância foi regulada pela coordenadoria estadual”, esclarece. “O leito é regulado pelo Gerint (gerenciamento de internações), cuja responsabilidade é do Estado”, completa.

No Hospital Montenegro foi informado que todos os casos de mortes passam pela comissão de óbito para análise. A comissão é composta por médicos e se tiver suspeita de alguma falha interna, médica ou de enfermagem, é solicitada a análise da comissão de ética do hospital.

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