Aberta concorrência para construção das rótulas da RSC 287 no bairro Santo Antônio

Expectativa é pelo início da construção das rótulas no trecho do bairro Santo Antônio - Arquivo/FN
Após muitas reuniões, manifestações e articulações políticas, foi publicado nesta segunda-feira, dia 21, no Diário Oficial do Estado, o edital para contratação das obras de duas rótulas junto à RCS 287, no perímetro urbano de Montenegro. As melhorias vão beneficiar toda a população, mas principalmente os moradores dos bairros Santo Antônio e Panorama, que arriscam suas vidas diariamente na travessia de uma das mais perigosas estradas gaúchas. E o melhor: os recursos virão diretamente dos cofres do Estado, através da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), e não mais da Prefeitura, como estava programado inicialmente.
Conforme o prefeito Gustavo Zanatta, foi o resultado de quase um ano de intenso diálogo e de muita articulação política. “Esse é um daqueles momentos que entram na história de uma cidade”, define Zanatta. “Foi uma promessa de campanha e farei tudo que estiver ao meu alcance para torná-la realidade, porque sei dos riscos que grande parte da nossa população enfrenta até quatro vezes ao dia para atravessar a rodovia”, acrescenta. Embora não existam dados oficiais, acredita-se que pelo menos 100 pessoas perderam a vida no perímetro urbano da 287 nos últimos 40 anos. Muitas outras sofreram lesões, não puderam mais trabalhar e as perdas patrimoniais causadas pelos acidentes são incalculáveis. “Isso tem que acabar!”, reitera o prefeito.
Prefeito Gustavo Zanatta diz que conquista é resultado das articulações políticas
– Crédito: Prefeitura
Em 2021, logo após assumir a Prefeitura e levando em conta a falta de recursos do Estado, o governo Zanatta buscou, junto à EGR, autorização para fazer as obras por conta própria. Contudo, em virtude da pandemia do novo coronavírus, os preços dos insumos da construção civil e das obras rodoviárias subiram muito e constatou-se que o dinheiro reservado inicialmente não seria suficiente. Isso obrigaria a Prefeitura a abrir mão de outros investimentos.
Além disso, o governo do Estado anunciou a privatização da rodovia, o que precarizava, no aspecto jurídico, as obras que a cidade faria. Já em contrapartida, constatou-se uma reação na economia gaúcha, confirmada pelo anúncio de uma série de investimentos do Estado em outras regiões. Montenegro, mais uma vez, estava ficando de fora.
Considerando esta nova realidade, o prefeito escalou o gerente de Contratos e Convênios do Município, Sílvio Kaél, e o atual secretário de Gestão e Planejamento, Rafael da Cruz, para buscarem uma alternativa junto ao Estado. “Foram muitas reuniões na EGR, na Casa Civil do Estado e na Assembleia Legislativa”, explica Zanatta.
Dívida social
A estratégia empregada pelo Município foi mostrar que, historicamente, a cidade não vinha tendo, do governo do Estado, uma atenção proporcional à sua contribuição, por exemplo, na geração de impostos. Neste ranking, Montenegro ocupa o 21º lugar entre as quase 500 comunidades gaúchas. Ao contrário, os problemas sociais se avolumam. “Desde a implantação do Pólo Petroquímico, nos anos 70, quando a cidade ficou com a massa de trabalhadores desempregada após a conclusão do complexo e Triunfo levou os impostos, nossos problemas sociais só crescem”, explica Kaél.
Depois disso, no fim dos anos 90, a Susepe instalou na cidade uma das maiores cadeias do Rio Grande do Sul, que hoje “guarda” mais de 1.500 indivíduos, sem qualquer contrapartida. “E ainda tem o fato de sermos referência regional, o que nos obriga a ajudar a manter instituições como o Hospital Montenegro, o Corpo de Bombeiros, a Delegacia Regional de Polícia, o Sine e vários outros serviços de competência estadual”, acrescenta Rafael.
Apoios
Os argumentos sensibilizaram um aliado de peso: o deputado estadual Gabriel Souza (MDB), então presidente da Assembleia Legislativa. Como interlocutor, ele ajudou os representantes da Prefeitura da Montenegro a conseguir algumas audiências, inclusive com o governador Eduardo Leite, para expor a situação e pedir ajuda. A consequência foi a criação de um grupo de trabalho, integrado pelo presidente da EGR, Luís Fernando Záchia, e pelo engenheiro Luiz Vanacor, diretor técnico da estatal. Também houve grande apoio do chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Arthur Lemos.
A publicação do edital é um passo fundamental para a realização das obras. As propostas devem ser abertas dia 11 de abril, às 14h.

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