Família que perdeu casa em tragédia de 2013 ainda luta para regularizar terreno

Milton e Claudia Ost perderam a filha e neta num desmoronamento que destruiu a casa da família em 2013 e desde então a área está interditada, sendo trocada por um terreno que somente agora deverá ser regularizado para poder construir - Reprodução/FN

Na sessão da Câmara de Vereadores de Bom Princípio da noite desta segunda-feira, dia 24, foi aprovado por unanimidade o projeto 036/2023, que altera a lei de 23 de dezembro de 2021, a qual autorizou uma permuta de área. Trata-se do terreno no loteamento Jacobi, do Morro Tico-Tico, para a família de Claudia Ost e Milton Achamachar, atingidos por um desmoronamento há quase dez anos em Bom Fim Baixo.

Em 12 de novembro de 2013, durante um temporal, a casa em que moravam foi destruída no deslizamento que matou a filha Sabrina, de 19 anos, e a neta Kamily, de apenas 7 meses de vida. A família teve que deixar o local devido a se tratar de área de risco, sendo impedida de construir e morar em seu imóvel. Por seis meses ainda receberam auxílio aluguel, mas depois tiveram que arcar com a locação de um imóvel. Após muito empenho junto ao poder público e diversas ações, em dezembro do ano retrasado foi autorizado pelos vereadores que a Prefeitura doasse um terreno em troca do imóvel interditado, que passou a ser preservado como área verde.

Em 2013 a casa da família foi destruída pelo desmoronamento que matou uma jovem e seu bebê
– Arquivo/FN

Passados quase dois anos, o terreno ainda não está regularizado e por isso a família está impedida de construir. “O terreno está virado puro mato. Tem rocha que tem que detonar. E não temos nada no papel. Não podemos construir, nem ligar luz e água”, diz Claudia. Ela se queixa que terá de se mudar para outra casa alugada porque o problema não é resolvido. “Vai fazer dez anos da tragédia e estamos na mesma situação”, lamenta. A família viveu ainda outra infelicidade. Milton, que é pedreiro e pretendia ele mesmo construir a nova casa, cerca de um ano atrás caiu de um telhado quando retirava telhas doadas, sofrendo graves lesões na coluna que agora o impedem de trabalhar.

O projeto, encaminhado pelo Executivo e aprovado hoje na Câmara, muda o número do lote da permuta, de 101 para 99. Permanece o mesmo terreno, de 3.500 metros quadrados, na quadra K, mas a alteração era necessária devido a um lapso temporal. Com isso a Prefeitura acredita que poderá ser regularizado o terreno no registro de imóveis e finalmente a família deverá ter a sua escritura, permitindo a construção. “Estamos trabalhando nesta questão faz bastante tempo e o registro de imóveis pediu a alteração do número do lote. Em breve deve ser entregue a matrícula para a família”, ressalta o prefeito Fábio Persch, lembrando que o deslizamento ocorreu anterior ao seu governo, mas que está dando total atenção para que a família tenha a regularização do seu terreno.

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