Após denúncias de assédio sexual e fraude em receituários, Hospital Montenegro emite nota de esclarecimento

Mutirão no HM inclui cirurgias de Hérnia e de Vesícula - Arquivo/FN

Em entrevista para a Rádio América na manhã desta terça-feira, dia 30, o secretário municipal da saúde de Montenegro, Rodrigo Streb, falou sobre denúncias envolvendo o Hospital Montenegro (HM).

Rodrigo informou que foi feita uma representação no Ministério Público (MP), encaminhada por ele, vereador Sérgio Souza, e presidente local da OAB, João Pedro Ferreira da Silva Filho, quanto à dificuldade de encaminhamento de pacientes ao HM, mesmo com o hospital sendo 100% SUS e referência para a região. Destacou que a reclamação foi unânime dos prefeitos e secretários municipais de saúde do Vale do Caí na reunião realizada na segunda-feira da semana passada, dia 22, na Câmara de Vereadores de Montenegro. No documento também constam grandes valores que o hospital recebe mensalmente do Estado e por emendas federais, mas alega falta de recursos e pede aumento nos repasses das Prefeituras. Em razão do sofrimento dos pacientes, que aguardam por atendimento, diz que foram solicitadas providências junto ao MP.

Secretário da saúde de Montenegro, Rodrigo Streb, diz que espera que todos os fatos sejam apurados, esclarecidos e tenham a devida punição”
– Crédito: Guilherme Baptista/FN

O secretário da saúde falou ainda sobre a necessidade de esclarecimento quanto às denúncias de assédio sexual contra funcionárias no HM. A questão foi levantada na mesma reunião do dia 22, quando a vereadora Camila Oliveira pediu a palavra e relatou sobre os crimes. A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), e o Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT/RS), confirmou que ocorreram denúncias e os casos estão sob investigação. Como está em sigilo de justiça, não foi falado sobre o teor das denúncias e nem quem seria o acusado. “Tudo deve ser apurado, esclarecido e receber a devida punição pelo próprio hospital”, diz Rodrigo Streb. E ele mesmo ainda fez outra denúncia, desta vez quanto a possíveis irregularidades em receituários do HM. Numa farmácia de Canoas foi constatada adulteração em receita tipo A, para remédios controlados, que teria sido emitida pelo HM. Cita que a receita tinha identidade visual do Hospital Montenegro, mas seu número seria do município de Sapucaia do Sul. Rodrigo diz que o fato foi comunicado para a Coordenadoria Regional de Saúde e instaurado procedimento pela Vigilância Sanitária, além de gerar investigação pela Polícia Civil. Ele questiona como receitas de medicação controlada estão sendo emitidas pelo HM com talão com número de Sapucaia.

Rodrigo Streb, que é também advogado, lamenta que ele e outros secretários municipais da região estão sendo questionados na Justiça, em ação da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), entidade mantenedora do HM, devido as denúncias apresentadas. “Quem tem que esclarecer os fatos é a direção do HM e a OASE”, entende Streb.

Nota de Esclarecimento do Hospital Montenegro

Através de nota, publicada nesta terça-feira, dia 30, o Hospital Montenegro (HM) prestou esclarecimentos sobre as denúncias apresentadas nos últimos dias.

Na manifestação, assinada pela presidente da OASE, Eliane Maria Leser Daudt, foi informado que o hospital não foi convidado a participar da reunião do último dia 22 na Câmara de Vereadores. Também foi citado que o HM é um hospital privado, autônomo e não subordinado a qualquer outra instituição. Sobre recursos recebidos, na nota foram informados valores e que desde agosto houve um corte de R$ 235.695 no repasse do Estado devido ao novo Programa Assistir. Quanto às emendas parlamentares recebidas, foi explicado que devem cumprir planos operativos. A nota ainda destaca que o HM é uma instituição contratualizada, que comprovadamente atende com resolutividade e celeridade a população, prestando contas dos recursos recebidos.

Quanto à acusação de relatos de assédio sexual, também levantada na reunião na Câmara, a nota coloca que “o assédio sexual não é tema a ser levantado levianamente, razão pela qual é discutido pelo Hospital Montenegro em segredo de justiça, em respeito à determinação judicial”. “A OASE não pactua com qualquer conduta discriminatória ou abusiva, ao contrário, está comprovadamente obstinada a promover um ambiente de trabalho saudável, inclusive mantendo capacitações contínuas de esclarecimento e combate a todos os tipos de assédio”, declara.

Sobre o atendimento para a população, na nota consta que “todo e qualquer hospital possui um limite operacional com base em sua capacidade instalada de atendimentos, e quando excedido tal limite, coloca-se em risco a linha de cuidado aos pacientes”.

Em outra nota, emitida ontem, dia 29, assinada pelo diretor técnico do HM, Jean Ernandorena, foi informado que “A Associação Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas de Montenegro, mantenedora do Hospital Montenegro, informa que os receituários médicos são utilizados para prescrição de tratamento dos pacientes que na casa de saúde foram atendidos”. “Aguardamos as notificações dos órgãos de competência para prestarmos os devidos esclarecimentos, uma vez que em todas as fiscalizações que regularmente ocorrem, nunca houve o apontamento de quaisquer irregularidades nos referidos receituários”, conclui a nota.

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