Governo anuncia pedágios para o Caí no Areião e para Capela no Paquete
Em encontro com a presença de prefeitos e deputados, realizada na manhã de ontem, quarta-feira, dia 22, no Centro Administrativo do Estado, em Porto Alegre, o Governo apresentou uma nova proposta de localização para as praças de pedágio no Vale do Caí. Prefeitos e lideranças dos municípios, em reuniões e manifestações, já tinham se manifestado contrários aos novos pedágios propostos para serem implantados no processo de concessão.
Após o fechamento da praça de Rincão do Cascalho (Portão), o Governo propõe dois novos pedágios na região. Um deles deverá ser na RS 122. Inicialmente foi anunciado para o quilômetro 22,5, na altura do bairro Bela Vista, próximo da ponte sobre o rio Caí, em Bom Princípio, mas devido as manifestações contrárias o Governo buscou outra alternativa. Como já vinha cogitado anteriormente, nesta nova reunião voltou a defender a instalação da praça no quilômetro 4, que fica no bairro Areião, em São Sebastião do Caí, próximo da divisa com Portão e do atual pedágio. Novamente o prefeito do Caí, Júlio Campani, se posiciono contra. “Me insurgi de forma veemente. Não iremos aceitar porque vai dividir o nosso município”, declarou. Outra preocupação é com o valor da tarifa, que seria a mais cara dos pedágios do bloco 3: R$ 9,62. E terá cobrança nos dois sentidos, sem direito a isenção dos moradores locais, podendo ter apenas descontos para usuários mais freqüentes. Atualmente é cobrado R$ 6,50 para automóveis no pedágio de Portão, com cobrança somente num sentido e com isenção para moradores do município.
Outro prefeito que protestou foi Alfredo Machado, de Capela de Santana. Inicialmente o Governo tinha anunciado um pedágio para o quilômetro 12,6 da RSC 287, na localidade de Muda Boi, em Montenegro. Depois alegou que foi engano e que seria no quilômetro 25 da RS 240, na localidade da Divisa, em Capela de Santana. Houve um grande protesto da comunidade capelense e o local foi descartado. Agora na reunião de ontem foi proposto o quilômetro 30, também na RS 240 na Capela, mas bem mais próximo da divisa com Montenegro, entre a entrada para a localidade de Paquete e as pontes da Antarctica. “Não vamos aceitar pedágio em Capela de Santana. É um absurdo, um retrocesso. Dependemos do Hospital Montenegro”, declarou, revoltado. O preço da tarifa, proposto para o pedágio da Capela, é de R$ 7,08.
O secretário de parcerias do Estado, Leonardo Busatto, e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, informara que uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana, visando buscar alternativas. O Governo pretende definir o quanto antes a localização das novas praças de pedágio para poder lançar o edital das concessões e realizar o leilão das rodovias a serem privatizadas ainda neste ano. Já ocorreram audiências e consultas públicas, além de várias reuniões, onde prefeitos, deputados e lideranças dos municípios se manifestaram contrárias ao modelo proposto pelo Estado. Os prefeitos do Vale do Caí pediram que o processo seja adiado para depois das eleições estaduais do próximo ano, podendo assim ser discutido com mais tempo.
Sobre o aumento no valor da tarifa da RS 122, o Governo justificou que foram anunciados R$ 304 milhões de reais adicionais em investimentos para ser executado em 30 anos, o que representaria um acréscimo de 8% na cobrança para poderem ser construídas passarelas, faixas adicionais e ciclovias.
Para o deputado Issur Koch (PP), presente na reunião, o Vale do Caí é um dos mais atingidos por novas praças de pedágio. Por isso a necessidade de discutir mais as propostas. Na próxima semana devem ocorrer reuniões separadas, com prefeitos do Caí e da Capela, para tentar buscar uma solução para o impasse.
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