Mãe quer pena máxima para seu ex-companheiro que matou menina de 13 anos

Mãe da menina tinha mandado fazer xícaras com as fotos do casal para comemorar um ano de namoro, mas após o crime quer a condenação dele com a pena máxima Reprodução/FN

O delegado de Polícia de Bom Princípio, Marcos Eduardo Pepe, indiciou por feminicídio e estupro de vulnerável o assassino da menina de 13 anos, morta em Bom Princípio no domingo de Páscoa. O inquérito foi concluído na última sexta-feira e segundo o delegado já foi remetido ao Poder Judiciário, aguardando agora a denúncia do Ministério Público.

Corpo da menina de 13 anos foi encontrado na margem da RS 122, em Santa Teresinha
– Crédito: Polícia Civil

O acusado, de 39 anos, está preso preventivamente desde 10 de abril, quando se entregou à Brigada Militar em Teutônia e depois na Delegacia de Polícia confessou os crimes em depoimento ao próprio delegado Pepe. O delegado lembrou ainda que o mesmo indivíduo já tinha outros três antecedentes por estupro, dois deles envolvendo meninas, de 14 e 15 anos. Já tinha inclusive cumprido pena e estava em liberdade condicional quando estuprou e matou a enteada, encontrada morta por estrangulamento próximo da margem do arroio Forromeco e da RS 122, em Santa Teresinha.

Para o delegado, o acusado tem pré-disposição de desvio de comportamento. No caso de homicídio qualificado, a pena pode variar entre 12 e 30 anos. E o delegado o indiciou por três qualificadoras. E no caso de estupro de vulnerável, pelo fato da vítima ser menor de 14 anos, pode ter condenação de mais 15 anos. Segundo o delegado, as penas somadas podem ir além dos 45 anos.

Mãe quer a pena máxima

Mãe da vítima mandou fazer xícaras para comemorar o primeiro ano de relacionamento, mas três dias antes ocorreu o bárbaro crime
– Reprodução/FN

A advogada Mara Elaine Dresch Kaspary informou que foi contratada, pela mãe da vítima, para atuar como assistente de acusação no processo em que o acusado deve ir a julgamento. “Ela quer a pena máxima”, diz Mara, que em 2019 também atuou na acusação do réu condenado a 89 anos de prisão pelas mortes da ex-companheira e de suas duas filhas em Santa Teresinha. A advogada diz que desde o domingo de Páscoa a mãe da menina estava fora de casa, para preservar o local até a conclusão do inquérito. A mãe, de 44 anos, que tem mais um filho de 17 anos e uma filha de 4 anos, como não tinha para onde ir, foi inicialmente para a casa de uma cunhada, irmã do acusado, e depois para a residência de um irmão. Só retornou para a sua casa, no Loteamento Gauger, na última segunda-feira, junto com a filha caçula. O filho foi morar com o pai, em Três Passos. Ainda muito abalada e se sentindo culpada, recolheu os cartazes que estavam na cerca da moradia, em homenagem a filha, e disse que vai colocar todos no quarto da menina, formando um mural e local de orações. “Ela não é acusada. É vítima”, afirma a advogada, lamentando comentários e críticas nas redes sociais. “O erro dela foi confiar que estava sendo amada, porque estava apaixonada e deslumbrada, acreditando nele”, completa, lembrando que no dia 7 de abril, três dias após o crime, o casal iria completar um ano junto. Ela inclusive mandou fazer duas xícaras, com as fotos deles, para dar de presente ao namorado.

A advogada ressalta ainda que a mãe da vítima e o namorado não moravam juntos e que ela tinha conhecimento de um único crime, um estupro que ele teria cometido em Santa Teresinha e pelo qual teria cumprido pena, estando atualmente em liberdade condicional. Em depoimento, a mãe declarou que jamais esperava que isso viesse a acontecer, pois o acusado sempre tratou muito bem ela e os filhos. A mãe, que trabalha faz sete anos numa empresa da região, agora deve passar por tratamento psicológico. A advogada Mara Kaspary diz que vai trabalhar dia e noite para que o acusado seja condenado à pena máxima.

Nome de praça

Na sessão da Câmara de Bom Princípio da última segunda-feira, dia 19, o vereador Gilmar Haas, o “Seco” (PSDB), disse que apresentou projeto para que fosse dado o nome de Jordana a uma praça no Loteamento Gauger. Inclusive recolheu assinaturas de moradores favoráveis à iniciativa e também falou com o pai da adolescente. Mas decidiu retirar o projeto por solicitação da mãe da vítima, que entende que a filha deve ser lembrada como a criança alegre e iluminada que era e não pela forma cruel que sua vida foi ceifada.

 

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