Sociedade União Salvadorense, a SUS, completa 50 anos neste domingo

Crédito: Cleo Meurer/FN

Embora o evento oficial de comemoração dos 50 anos de fundação da Sociedade União Salvadorense, de Salvador do Sul, esteja marcado para o dia 11 de dezembro, juntamente com a assembleia geral dos sócios da entidade, é neste domingo, dia 28 de novembro, que a entidade chega à histórica marca. Desde a reunião que mobilizou lideranças políticas e comunitárias, na sede do antigo Salão Specht, para sua criação, a SUS vem construindo uma trajetória marcada pela superação de desafios, conquistas e a promoção da cultura, esporte e lazer.

A ideia de constituir uma sociedade, conforme seu primeiro presidente, o professor aposentado de Educação Física Luiz Adair Nogueira da Silva, surgiu a partir de conversas com o então prefeito Plínio Edmundo Muller. A falta de quadras para a prática de esportes causava inquietação entre os salvadorenses. Para suprir a lacuna, o político teria sugerido a criação da entidade.

Reunião de fundação ocorreu no antigo Salão Specht (Crédito: Arquivo Pessoal de Luiz Adair Nogueira da Silva)

“Foi composta uma comissão provisória para tocar o projeto. Como havia uma forte rivalidade política no Município, convidou-se o padre Ivo Mueller para presidir os trabalhos, por ser uma pessoa neutra na comunidade”, conta Luiz. A partir daí, diversas reuniões preparatórias ocorreram no tradicional Bar Apolo XII, enquanto, paralelamente, buscava-se doações de recursos para o Livro Ouro da SUS.

“Pelo conhecimento do funcionamento de agremiações, por ser da Educação Física e por ter boa relação com o Plínio e também com o Lindolpho Hummes (primeiro prefeito salvadorense), que era a outra liderança política, acabei assumindo como primeiro presidente. É uma grande alegria ver que a sociedade progrediu e que está aí, tão firme, hoje”, completa.


Briga motivou construção do campo próprio

Um dos mais prestigiados departamentos da SUS, o futebol teve início no ano de 1976, com partidas disputadas no Colégio Santo Inácio. “Num dos confrontos, acabou acontecendo uma grande briga e os padres nos proibiram de voltar a jogar lá. Por um tempo, jogamos num potreiro em Júlio de Castilhos, mas não era possível que não tivesse um campo de futebol no centro da cidade. Decidimos fazer um e fomos atrás”, conta o ex-presidente José Hélio Reinehr, o popular “Pastelão”. 

Mesmo que um pôster do Grêmio campeão da América de 1983 decorre uma das paredes de sua residência, ele recorda com orgulho que as sementes utilizadas no plantio do gramado eram da mesma variedade utilizada na época no Estádio Beira-Rio. Reinehr, aliás, chama atenção pela precisão cirúrgica com as quais recorda datas marcantes da SUS. “O campo (Praça de Esportes Plínio Edmundo Muller) foi inaugurado em 12 de março de 1978. Eu tinha o sonho de ver algumas arquibancadas construídas nele, mas não sei se ainda tem espaço suficiente para uma obra dessas”, assinala. Ele ainda confirma o boato de que, um pouco antes da construção do campo, um leão, que morreu durante a passagem de um circo pela região, teria sido enterrado na área.

Poucos anos depois de inaugurar seu campo, veio o primeiro título da SUS (Crédito: Arquivo pessoal de José Hélio Reinehr)

Ainda no futebol, o ano de 1984, segundo o antigo dirigente, foi um divisor de águas para a SUS, com a conquista de seu primeiro título municipal. O tricampeonato consecutivo, sacramentado em 1986, colocou o clube, definitivamente, como uma referência do esporte local e regional. Desde então, as conquistas se acumulam. As duas últimas edições do prestigiado Campeonato Integração, na categoria Titulares, ficaram com o time verde.

Das ruínas, surge uma moderna sede social

Para se consolidar como um dos clubes mais bem estruturados da região, a SUS passou por alguns percalços. Nenhum deles, mais desafiador do que o desabamento de sua primeira sede social. No final de uma tarde de calor da sexta-feira 9 de novembro de 1979, um temporal com violentas rajadas de vento passou pelo centro de Salvador do Sul, causando estragos severos. A estrutura de madeira da sociedade veio abaixo. Por sorte, sem deixar feridos.

O então presidente da SUS, Emílio Renner e sua esposa, Maria Ilva, estavam preparando a sede social para um evento. “As mesas já estavam colocadas, estava tudo praticamente pronto para a festa. Lembro do Emílio estar na porta do refeitório e falar, que se gritasse, era para todo mundo correr para fora do salão”, recorda Maria Ilva, que então estava grávida de cinco meses. “O tempo feio veio dos lados do Colégio Santo Inácio e pegou forte mesmo só uma parte da cidade. Era um tornado. O vento estava soprando para um lado e a gente, claro, correu para o outro”, acrescenta Emílio. 

O casal e outras duas pessoas que estavam no salão correram para uma residência vizinha para buscar abrigo. “A gente agarrou a tela de uma quadra de esportes para não sermos levados pelo vento”, completa a esposa do ex-presidente.

Depois de quase sete anos, SUS voltou a ter sua sede social (Crédito: Arquivo da SUS)

A nova e moderna sede social da SUS, com a realização de diversos eventos, como jantares e bailes, esses no Salão Specht, além de apoio empresarial e político de personalidades como o governador Jair Soares, abriu suas portas em 10 de maio de 1986. A pista de danças foi inaugurada com uma valsa pelos padrinhos da obra, o casal Carlos Jacob e Norma Wallauer e Ivonne Muller e seu filho Carlos Alberto. 

O primeiro baile, animado pelos pratas da casa do Conjunto Estilos (posteriormente, Banda Locomotiva) e pelo Musical Terceiro Mundo, de Caxias do Sul, foi um completo sucesso. Foram cerca de 2,2 mil pagantes e 150 caixas de cerveja vendidas.

Verões mais agradáveis para os sócios

Com o novo salão proporcionando bons resultados financeiros com suas reuniões dançantes e locações para eventos e jogos de futsal, a SUS ganhou fôlego para novos investimentos, como a audaciosa construção do seu complexo de piscinas, que homenageia Gaspar Roesler, que foi presidente, ecônomo, enfim, um faz tudo dentro da sociedade. “A ideia de construção não foi minha, mas da diretoria, que tinha pessoas muito atuantes na época. A gente fazia reuniões a cada 14 dias. O projeto foi desenvolvido por uma empresa de Novo Hamburgo e aprovado por uma maioria esmagadora na Assembleia dos Sócios”, recorda o presidente da época, João Carlos Meurer, acrescentando que em pouco tempo foram vendidos todos os 300 títulos de sócio das piscinas.

Escolha da rainha das piscinas da SUS teve edições realizadas no início dos anos 2000 (Crédito: Arquivo da SUS)

O complexo foi aberto em 20 de dezembro de 1992. “Temos que ser justos e reconhecer também o apoio do saudoso ex-prefeito Mário Rohr para que a obra virasse realidade”, conclui Meurer. Até hoje, a SUS é o único clube salvadorense que conta com piscinas em sua estrutura.

Homenagens e baile para celebrar o cinquentenário

Ao longo de seus 50 anos, a SUS teve 29 presidentes. O recordista é Gilberto Antônio Meurer, que por nove anos esteve à frente da entidade. Vítima de mal súbito, ele acabou falecendo em 12 de setembro deste ano. 

Todos os ex-presidentes serão homenageados durante a assembleia geral do próximo dia 11, às 19h15, na sede social da SUS. Sócios em dia terão direito a jantar gratuito, que será seguido de baile de chope animado pela Banda La Montanara. Cartões para o público em geral para o jantar serão comercializados ao valor de R$ 45, mediante reserva pelo telefone (51) 998657637. Ingressos somente para o baile poderão ser adquiridos no local aos valores de R$ 25, para eles, e R$ 20, para elas, com direito a um chope.

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