Acusação quer condenação exemplar para padrasto que estuprou e matou enteada

Corpo de Jordana, de 13 anos, foi encontrado no domingo de Páscoa de 2021, na margem do arroio Forromeco, em Bom Princípio, e júri do réu vai acontecer no Caí nesta quinta-feira - Reprodução/FN

“Esperamos condenação exemplar, condizente com a brutalidade do fato”. A declaração é da promotora de justiça Lara Guimarães Trein, que vai atuar pelo Ministério Público na acusação contra o réu, nesta quinta-feira, dia 6, no salão de júri do Fórum de São Sebastião do Caí. Para a promotora, ficou claro que o réu tinha um comportamento desajustado, atuando como um verdadeiro “predador sexual”. Ela defende que Elias seja condenado por homicídio quintuplamente qualificado, incluindo meio cruel, dissimulação, assegurar ocultação de estupro, feminicídio e motivo torpe.

A advogada Mara Elaine Dresch Kaspary, que acompanhou o caso desde o início, vai atuar como assistente de acusação, tendo sido contratada pela mãe da vítima. “Trabalhar no caso Jordana está sendo um grande desafio. É um processo muito difícil e muito triste, por se tratar de uma menina e a forma como o réu agiu. Sinto-me preparada para demonstrar as provas e contribuir com o Ministério Público, para que seja feita justiça pela Jordana”, afirma.

Morte de Jordana causou grande repercussão
– Reprodução/FN

O julgamento está marcado para iniciar às 9 horas da manhã. O tribunal do júri será comandado pela juíza Priscila Anadon Carvalho. Também vai participar como assistente de acusação o advogado Daniel Figueira Tonetto, contratados pela família da vítima. A defesa estará a cargo dos advogados Manoel Pedro Silveira Castanheira, Marco Alfredo Mejía e Cristian Eduardo da Costa, que informaram que vão buscar a redução de pena em razão da confissão do réu.

Foram sorteadas 25 pessoas, dentro de um grupo de 600 ligadas à Comarca do Caí. Antes do início do júri serão sorteadas as sete que vão compor o corpo de jurados. Seis testemunhas, sendo cinco por parte da acusação e uma da defesa, foram arroladas para falar, além do depoimento do próprio réu e as manifestações do Ministério Público, assistentes de acusação e defensores. A tendência é de que o júri se estenda até a parte da noite, devendo a sentença sair ainda na quinta-feira.

Elias Silvestre cometeu o bárbaro crime no domingo de Páscoa de 2021 em Bom Princípio
– Reprodução/FN

Crime bárbaro

A morte da adolescente Jordana Tamires Christ Watthier foi um dos crimes mais bárbaros já ocorridos no Vale do Caí. E o julgamento vai ocorrer justamente no dia em que a menina de 13 anos foi sepultada, dois anos atrás, em Bom Princípio.

Jordana foi violentada e morta pelo padrasto, Elias dos Santos Silvestre, de 40 anos. O corpo foi encontrado na manhã do domingo de Páscoa, em 4 de abril de 2021, na localidade de Santa Teresinha, junto a margem do arroio Forromeco.. Após o crime brutal, o acusado chegou a fugir, mas acabou se entregando para a Brigada Militar cinco dias depois, em Teutônia, onde moravam seus familiares. Desde então está preso. Pela Polícia, Elias foi indiciado por feminicídio e estupro de vulnerável, por envolver menor de 14 anos, penas que somadas podem ultrapassar os 45 anos de prisão.

Conforme apurou a Polícia Civil, Elias estava na casa da companheira, mãe de Jordana, no loteamento Gauger, em Nova Colúmbia, com quem tinha um relacionamento de cerca de um ano. Na noite da véspera de Páscoa, aproveitando que Jordana estaria chateada por ter se desentendido com sua irmã, o padrasto se ofereceu para dar um passeio com a enteada. No caminho, a menina teria tentado se jogar do carro por pelo menos duas vezes para tentar escapar do ataque do padrasto e quando conseguiu foi alcançada e acabou ocorrendo o crime, na margem da RS 122.

Jordana Christ Watthier, de 13 anos, foi estuprada e assassinada em 4 de abril de2021, em Santa Teresinha
– Reprodução/FN

Após estuprar e matar a enteada, o réu telefonou para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Bom Princípio informando onde estaria o corpo da menina e que ela teria morrido afogada, sendo encontrada por ele quando estaria pescando. Mas também ligou para uma irmã avisando que tinha feito “besteira”. O corpo foi encontrado com sinais de violência sexual e estrangulamento. O acusado fugiu para São Sebastião do Caí, aonde chegou a dormir por algumas horas. Em seguida fugiu para Montenegro, abandonando seu carro perto da estação rodoviária e pegou um ônibus para Venâncio Aires. Já em Teutônia, cidade em que residem parentes do acusado, foi convencido por familiares para se entregar, cinco dias após o crime.

O acusado já tinha antecedentes por três crimes sexuais, sendo dois contra menores, de 14 e 15 anos, e um roubo, tendo sido condenado a 12 anos de prisão e estava em liberdade condicional. A mãe de Jordana se dizia apaixonada, acreditando que o companheiro tivesse se recuperado, já que garantiu que tinha mudado de comportamento, se convertendo através de uma igreja evangélica.

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