Moradores que não responderam ao censo podem prejudicar municípios

Pelo censo Bom Princípio aparece com 13.132 moradores, mas previsão era de mais de 14 mil habitantes - Crédito: Prefeitura de Bom Princípio

A recusa ou não localização de moradores para responder ao Censo Demográfico de 2022 pode causar prejuízos aos municípios do Vale do Caí. Os recenseadores vêm encontrando dificuldades para falar com moradores em alguns locais, tanto na cidade como no interior. Isso ocorre tanto em propriedades da zona rural quanto em condomínios e residências, principalmente de maior poder aquisitivo. Mesmo que no Estado o percentual mínimo de 95% das respostas já tenha sido ultrapassado em todos os municípios, a esperança é que o número de respostas possa ser maior. E essa expectativa é também dos municípios, já que com menos população do que o previsto pode ocasionar em queda de repasse de verbas.

A previsão é de que o levantamento seja concluído até junho, mas o prazo pode ser estendido, já que outros Estados enfrentam a mesma dificuldade. E como o Censo é nacional, é necessário que todas as unidades da federação concluam o levantamento. No questionário do IBGE são respondidas perguntas básicas sobre identidade, características do domicílio e a renda familiar, não passando de cinco minutos de duração. Para quem ainda não respondeu, pode fazê-lo por meio do número 137 ou pelo 0800 721 8181. É possível responder ao questionário de forma online, sem necessidade de entrevista.

Os prefeitos estão pedindo para que a população colabore. Na semana passada, ao receber os dados preliminares, o prefeito de Bom Princípio, Fábio Persch, demonstrou grande preocupação, por considerar que o levantamento aponta um número muito menor de habitantes do que o estimado e do que o atendido pelo SUS no município. E ressaltou que essa diminuição da população pode acarretar em uma perda significativa de recursos do Fundo de Desenvolvimento Municipal (FDM), que afeta diretamente os recursos aplicados pelo Poder Público Municipal em diversas áreas e pode ter impacto em serviços prestados à população. Por isso, pediu para que as pessoas que não responderam ainda o Censo procurem a Prefeitura, a EMATER ou marquem a entrevista. E foi lembrado que, conforme o IBGE, há uma lei que obriga o cidadão brasileiro a informar dados estatísticos, e a recusa pode gerar multa de até 10 salários mínimos.

Com população estimada equivalente à de Bom Princípio, o município da Feliz, através do seu prefeito, também manifestou preocupação com os dados do IBGE. A Prefeitura felizense pede que as famílias que ainda não responderam ao censo ou que informaram de forma equivocada o número de moradores, que entrem em contato com o IBGE. “O município está prestes a perder recursos vindos do Governo devido a ausência de famílias cadastradas pelo IBGE”, alerta a Prefeitura. O prefeito Junior Freiberger se disse surpreso pelo número de habitantes apresentados pelo IBGE para a Feliz, com levantamento de 13.015. “É um número muito pequeno”, avalia, já que esperava em torno de 15 mil habitantes. “Com isso caímos de patamar, com redução de 3 milhões em repasse de FDM. “Temos até o final deste mês para comprovar pelo menos 13.585 para não perdermos recursos”, completa, citando que em 206 residências não teriam respondido. “Isso vai definir o nosso futuro orçamentário, o que podemos e não fazer pela população na saúde, pavimentação, educação. Também pode impactar no retorno de ICMS”, concluir o prefeito da Feliz.

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