Tentativa de feminicídio em São José do Sul terá julgamento nesta quarta-feira

No apartamento ficaram manchas de sangue e a faca que teria sido usada nas agressões - Reprodução/FN

Nesta quarta-feira, dia 11, a partir das 10h da manhã, acontece no Fórum de Montenegro o julgamento de um réu, de 34 anos, acusado de crime de tentativa de feminicídio ocorrido em 23 de outubro de 2021 em São José do Sul.

Na época, o caso ganhou grande repercussão porque a vítima, então com 39 anos, foi barbaramente espancada pelo companheiro com quem tinha um relacionamento de cerca de um ano. Ela ficou com o rosto bastante desfigurado, além de cortes nos pulsos e outras lesões no corpo.

Conforme o Ministério Público, o acusado mediante emprego de faca, por motivo torpe e emprego de tortura, tentou matar sua ex-companheira, causando-lhe múltiplas lesões, além de a manter em cárcere privado. De acordo com a denúncia, após o término do relacionamento do casal e a vítima deixar o apartamento em que viviam, buscando refúgio na casa de sua mãe, em Montenegro, o denunciado passou a persegui-la. Depois de muita insistência e com o objetivo de contornar a situação, a vítima teria cedido e aceitou ir com ele até o apartamento em que moravam em São José do Sul para conversar.

A investigação policial apontou que já dentro do veículo de aplicativo o denunciado passou a desferir tapas e proferir ofensas contra a ofendida. Já no apartamento as agressões teriam continuado, com socos, tapas e golpes com o cabo de uma faca, causando várias lesões. A mulher contou que após mais de quatro horas conseguiu se desvencilhar do acusado e procurou ajuda junto ao Brigada Militar, que ficava próximo. A vítima disse ainda que foi ameaçada de morte e que o acusado declarou que também mataria seus filhos caso fosse denunciado. “Apanhei em todos os cômodos da casa”, recorda. “Ele queria me matar”, completa.

A defesa do réu alegou que inexiste prova de tentativa de feminicídio, especialmente porque o laudo pericial aponta para a inexistência de perigo à vida da vítima. Para a defesa, as lesões constatadas não demonstram que houve dolo de matar por parte do acusado e que não está comprovada a autoria delitiva, entendendo que as acusações se mostram inconsistentes. Alegou, ainda, que a vítima conversou com sua mãe, pelo celular do réu, até às 2h33, não tendo pedido socorro. E que as testemunhas de defesa abonaram a conduta do acusado

O tribunal do júri será comandado pela juíza Débora de Souza Vissoni, tendo na acusação o promotor de justiça Paulo Eduardo de Almeida Vieira e na defesa o advogado Carlos Velho Masi.

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