Vídeos gravados por vereadora geram grande repercussão e protestos

Vídeos gravados no gabinete da vereadora Camila Oliveira motivaram protestos e denúncias - Reprodução/FN

Os dois vídeos gravados dentro da Câmara de Montenegro e divulgados nas redes sociais da vereadora Camila Carolina de Oliveira (Republicanos) estão causando repercussão, inclusive na grande imprensa. Ontem as filmagens foram destaque no Jornal do SBT, além de em jornais e emissoras. Além dos protestos nas redes sociais, com notas de repúdio, foi lançado um abaixo-assinado na internet pedindo a cassação da vereadora. Também está sendo organizado um ato de repúdio para quinta-feira, a partir das 18h, em frente à Câmara Municipal, pouco antes da sessão dos vereadores.

Na manhã de segunda-feira, dia 17, representantes de três partidos políticos (MDB, PSB e PTB), que possuem representação no legislativo municipal de Montenegro, apresentaram denúncia contra a vereadora Camila. Na representação, protocolada na Câmara, os denunciantes consideram que houve quebra de decoro parlamentar por parte da vereadora, a qual gravou os vídeos em seu gabinete na última sexta-feira, dia 14.

Conselho de Ética da Câmara deve analisar representação
– Arquivo/FN

Segundo a denúncia, foi utilizada a estrutura da casa legislativa para a filmagem de propaganda política eleitoral, contendo músicas com expressões de ódio e preconceito. Nos vídeos, postados no facebook da vereadora e que circulam nas redes sociais, aparecem imagens do atual presidente Jair Bolsonaro, do qual ela é apoiadora, além da participação de duas jovens, que seriam menores de idade, cantando com a parlamentar. Na representação é solicitado que a Câmara abra processo disciplinar.

Num dos vídeos, as três cantam e dançam ao som de um funk, cuja letra diz: “As mina de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela”. Já em outro vídeo cantam: “Ei, petista, pensou que ia escapar? Se liga, vagabundo, tu vai ter que trabalhar”.

Ontem, terça-feira, a vereadora chegou a fazer uma nova postagem em seu facebook, comentando que: “Fico ouvindo mulheres que dizem que apóiam as outras… E se escandalizam com pouca coisa…”. Ainda na segunda-feira a vereadora retirou de seu perfil no facebook os vídeos que tinha gravado na Câmara. Mas eles continuam circulando nas redes sociais, com muita repercussão.

A reportagem voltou a tentar contato com Camila para ver se iria emitir alguma declaração sobre a repercussão do caso, mas ela novamente alegou que só vai se manifestar no momento oportuno. Camila, de 44 anos, foi eleita vereadora pela primeira vez em 2020 com 647 votos e neste ano concorreu à deputada estadual, mas não conseguiu se eleger ao fazer 6.819 votos.

Conselho de Ética

O presidente da Câmara, vereador Talis Ferreira (PP), declarou que a representação foi encaminhada para o departamento jurídico do legislativo e posteriormente para a Comissão de Ética. “Todas as ações feitas dentro dos gabinetes são de responsabilidade dos vereadores”, declarou Talis. “Não compactuo com algumas ações, como essa que ela vez nos vídeos, mas é de responsabilidade dela”, completa.

Talis disse que, logo que recebeu a representação, entrou em contato com a vereadora Camila, informando da denúncia e ela recebeu uma cópia. “Estamos fazendo todo o trâmite legal”, declara. Cita que a vereadora não chegou a se manifestar sobre o fato. A Comissão de Ética Parlamentar é presidida pelo vereador Felipe Kinn (MDB), tendo a vereadora Ana Paula Machado (PTB) como relatora, mais como integrantes Valdeci Alves de Castro (Republicanos), Sérgio Souza (PSB) e Ari Müller (PP). “Vamos atuar da forma mais transparente possível”, declarou Felipe Kinn.

O Conselho de Ética tem dez dias úteis para emitir um parecer preliminar sobre o caso. Caso a representação seja aceita, a comissão terá 45 dias para ouvir a acusada e demais pessoas, além de análise do material. Depois é emitido o relatório, que será apreciado pelos demais integrantes do Conselho e ser votado em plenário. Entre as medidas disciplinares que podem ser tomadas estão censura, suspensão por até 30 dias e perda do mandato.

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