Um ano após assassinato da filha, mãe pede justiça e diz que vai depor no júri contra o ex-companheiro

Jordana Christ Watthier, de 13 anos, foi estuprada e assassinada em 4 de abril de 2021, em Santa Teresinha - Reprodução/FN

Completa um ano nesta segunda-feira um dos mais bárbaros crimes ocorridos na região. Em 4 de abril do ano passado foi assassinada em Bom Princípio a adolescente Jordana Tamires Christ Watthier, de 13 anos. O julgamento do acusado, Elias dos Santos Silvestre, de 40 anos, ainda não foi marcado. Ele segue preso e a expectativa é de que o júri popular possa acontecer ainda neste ano, no Fórum de São Sebastião do Caí.

Conforme apurou a Polícia Civil, Elias estava na casa da companheira, mãe de Jordana, no loteamento Gauger, em Nova Colúmbia, quando teria saído com a enteada. No caminho, a menina teria tentado se jogar do carro por pelo menos duas vezes e quando conseguiu foi alcançada e acabou ocorrendo o crime, na margem da RS 122, próximo da margem do arroio Forromeco, em Santa Teresinha. Após estuprar e matar a enteada, o acusado disse para a Polícia que fugiu para São Sebastião do Caí, aonde chegou a dormir por algumas horas, e depois foi para Montenegro, onde abandonou seu carro perto da estação rodoviária e pegou um ônibus para Venâncio Aires, seguindo para Teutônia, sendo convencido por familiares para se entregar na Brigada Militar. Antes chegou a ligar para uma irmã avisando que tinha feito “besteira”. E também telefonou para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Bom Princípio informando onde estaria o corpo, mas na ocasião alegou que estava pescando e a menina teria se afogado no arroio. O acusado já tinha antecedentes por três crimes sexuais, sendo dois contra menores, e um roubo, tendo sido condenado a 12 anos de prisão e estava em liberdade condicional. Ele tinha um relacionamento de quase um ano com a mãe de Jordana.

Julgamento de Elias Silvestre pode ocorrer ainda neste ano
– Reprodução/FN

Foram inquiridas doze testemunhas e ao final interrogado o réu, que optou por ficar em silêncio. Entretanto, durante a fase policial, o acusado acabou confessando o crime, alegando que estava com pensamentos ruins, quando relatou como cometeu o bárbaro crime. Pela Polícia foi indiciado por feminicídio e estupro de vulnerável, por envolver menor de 14 anos, penas que somadas podem ultrapassar os 45 anos de prisão.

“Tem sido muito difícil”

A mãe de Jordana relata que foi um ano muito difícil e que a perda da filha provocou uma dor interminável. “Tive muitas crises e choro muito. Deus está cuidando de mim e de minha família”, disse Iara Christ, de 45 anos, em lágrimas. Depois do crime, Iara se mudou para outra casa, também no bairro Nova Colúmbia, onde reside com a filha mais nova, de 5 anos, e com o filho de 18 anos, que voltou a morar com a mãe depois de ficar um tempo com o pai na cidade de Três Passos. Iara segue trabalhando na mesma empresa e agradece as pessoas que tem lhe apoiado em meio a tanto sofrimento. Lamenta que algumas pessoas lhe julgam e acusam, principalmente em redes sociais.

Iara se apega a fotos, bichinho de pelúcia e vestido que Jordana costumava usar na igreja, para lembrar da filha que foi morta no domingo de Páscoa
– Reprodução/FN

Iara diz que espera que o julgamento ocorra o quanto antes e estará no tribunal como testemunha de acusação. Diz que espera que o acusado receba a pena máxima. “A Iara teve perda dupla, como mãe e como mulher. Foi iludida pelo réu e perdeu a filha de forma trágica”, afirma a advogada Mara Elaine Dresch Kaspary, contratada para atuar como assistente de acusação. “O Elias tinha uma fixação pela Jordana e seduziu a mãe”, acredita a advogada, que em 2019 atuou na acusação de outro réu condenado a 89 anos de prisão pelas mortes da ex-companheira e de suas duas filhas, também em Santa Teresinha. “A Iara sofre muito. Hoje é um dia muito triste”, afirma a advogada. “Ela estava apaixonada e seduzida pelo Elias. Não teve culpa nenhuma”, completa.

Enquanto mostra o vestido que a adolescente costumava usar na igreja, fotos e um bichinho de pelúcia da filha, além de faixas e cartazes feitos por colegas e amigos, a mãe pede orações para que se faça justiça e Jordana esteja na paz e na luz de Deus.

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