Curso Internacional de Intervenção em Desastres tem segunda turma na UCS no Caí
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Curso internacional ocorre na Escola da Voluntersul, com duas turmas no Campus Vale do Caí da UCS, em uma imersão de três dias e duas noites com simulações de salvamentos em água, mato e áreas colapsadas
Cerca de 40 bombeiros voluntários, agentes de defesa civil e pessoal do Samu de vários municípios participam, desta terça (12) até a quinta-feira (14), de um curso de imersão com oficinas práticas em busca e resgate em áreas inundadas, de mata e estruturas colapsadas, além de sistema de comando em incidentes e outras situações. Movimentação será Escola de Bombeiros Voluntários, que funciona no campus da Universidade de Caxias do Sul (UCS) no Município, em São Sebastião do Caí.
O Curso Internacional de Intervenção em Desastres é promovido pela Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul (Voluntersul), em parceria com o grupo Rescate Internacional TOPOS – uma entidade internacional, sem fins lucrativos, e que atuou nos terremotos no Taiwan (1999), Irã (2003), Indonésia (2004, 2008), Itália (2009), Haiti (2010 e 2021) e Chile (2010), Nova Zelândia e Japão (2011), Peru (2012), Guatemala (2012), Equador (2016), Cidade do México (2017), Indonésia (2019) e Turquia (2023).
A primeira turma, ocorrida no final de semana, teve 51 bombeiros voluntários gaúchos, de Santa Catarina e São Paulo. Os trabalhos começaram na sexta-feira, com a parte teórica em sala de aula. Já as oficinas práticas ocorreram no dia e na noite de sábado e até a tarde do domingo. Roteiro que deve se repetir a partir de amanhã.
IMERSÃO
O treinamento ocorre em regime de imersão, com os alunos permanecendo acampados na área da UCS em Caí. Onde têm aulas e realizam manobras sobre Sistema de Comando de Incidentes (SCI), resgate de vítimas em inundações e áreas instáveis, além de buscas em áreas de mata, regate em estruturas colapsadas e outros cenários.
Conforme o presidente da Voluntersul e comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de São Sebastião do Caí, Anderson Jociel da Rosa, o aprendizado faz parte de uma série de intercâmbios promovidos pela entidade estadual com bombeiros voluntários do restante do continente. Já a Escola de Bombeiros Voluntários no Campus da UCS funciona desde 2021 e já formou mais de 1 mil bombeiros voluntários em cursos de aperfeiçoamento que vão desde comportamento extremo do fogo até resgate em áreas de difícil acesso. Muitos deles contando com a parceria de instrutores de unidades voluntárias de outros países sul-americanos.
Lembrando ainda que a UCS Caí sedia também o projeto Bombeiro Mirim, vinculado à corporação voluntária caiense. Além disso, a acidade também já havia sediado em 2017 o curso de Busca e Resgate em Áreas Colapsadas (Brec), também ministrado pelos instrutores chilenos e que hoje é apenas uma das quatro oficinas do curso em Caí.
TURMA COM NORTE-AMERICANOS EM 2024
Pouco antes do curso em Caí, onde também atua como instrutor, Anderson participou (nos dias 2 e 3 de dezembro) do curso Rapid Intervention Teams – RTI/MayDay, na cidade de Collipulli, na província de Malleco, região central daquele país. “Neste caso, um aprendizado de novas técnicas voltadas para a segurança dos bombeiros em ocorrências”, destaca o presidente da Voluntersul, que esteve lá acompanhado do diretor de Ensino da Entidade, Edison Rother.
O treinamento no Chile foi com instrutores norte-americanos, do Departamento de Bombeiros de West Palm Beach, na Florida. “Já com convite, aceito por eles, para virem dar o mesmo treinamento na Escola de Bombeiros em Caí”, destaca o comandante. “Convite que foi aceito. Agora, é trabalhar para viabilizarmos a vinda deles”, festeja Anderson.
SOBRE OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
O Rio Grande do Sul possui atualmente mais de 50 unidades de bombeiros voluntários – modelo no qual as comunidades equipam seus quarteis e o serviço é prestado por voluntários que se revezam nos plantões 24 horas. Em algumas unidades mais especializadas, as corporações contam com alguns motoristas e operadores pagos (também pela comunidade) para garantir a presença sempre de um operador especializado para os equipamentos mais complexos.
Com isso, só no Rio Grande do Sul (onde o modelo existe há quase 50 anos), em 2022 os voluntários atenderam a cerca de 37 mil ocorrências – entre incêndios, acidentes de trânsito ou domésticos, casos clínicos e resgates em geral (inclusive aquático). Atualmente, mais de 1,5 mil bombeiros e bombeiras voluntárias se revezam nas unidades gaúchas, garantindo plantões 24 horas para suas comunidades.
O modelo, que é dominante no resto do mundo, está presente no Brasil há mais de um século – desde a fundação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, em 1892. Aliás, em 2021 a corporação de Joinville foi considerada, pela segunda vez, como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil. Prêmio este realizado pelas entidades O Mundo que Queremos, Instituto Doar e Ambev VOA, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e do Canal Futura.
Assessor de Imprensa voluntário
Castor Becker Júnior
Jornalista Reg. prof. 8862-DRT/RS
Fone (51) 98590-0363 / (51) 99826-3226(Whatsapp)
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