Manifestação vai pedir a manutenção dos repasses do Estado ao HM para evitar suspensão de atendimentos

Protesto está marcado para a manhã desta quinta-feira na frente do Hospital Montenegro Crédito: Facebook/Reprodução

Uma manifestação está programada para a manhã desta quinta-feira, dia 30, às 10 horas, em frente ao Hospital Montenegro (HM). Conforme o vereador Talis Ferreira, que propôs o ato público, será um protesto pacífico, sem barulho e uso obrigatório de máscara, para o qual todos os montenegrinos e moradores da região estão convidados. O objetivo é de buscar manter o repasse de recursos do Estado para o maior hospital da região, responsável por atender pacientes de 14 municípios. A preocupação é que, com a redução de cerca de 80% da verba estadual, o que representa em torno de R$ 1,4 milhão de recursos mensais, o atendimento será comprometido. “Vai inviabilizar o hospital. Estamos convocando a população e lideranças para expressar a nossa indignação com este corte nos recursos que vai prejudicar toda a região”, destaca Talis.

Reprodução/FN

A mudança nos valores deve ocorrer a partir de janeiro devido ao programa Assistir, lançado pelo Governo do Estado com o objetivo de redefinir as regras de distribuição de incentivos financeiros aos hospitais gaúchos ligados ao SUS. “Teremos prejuízos imensos”, projeta o diretor do hospital, Carlos Batista da Silveira. Ele cita que o Estado repassa mensalmente R$ 1,7 milhão e com o Assistir vai cortar R$ 1,4 milhão. “Provavelmente teremos de reduzir o atendimento SUS”, afirma, não descartando a possibilidade do HM deixar de ter atendimento gratuito 100% SUS, passando a atender também planos de saúde e particular.

Carlos Batista garante que, mesmo com a grande perda de recursos, o hospital não vai fechar as portas. “Vai fechar atendimentos pelo SUS”, lastima. Avisa, inclusive, para os municípios se organizarem quanto ao pronto-atendimento em suas cidades. “Teremos que devolver pacientes para os postos de saúde”, alerta, sobre as dificuldades. E além do atendimento básico, deverá diminuir muito o atendimento de especialidades, como de consultas, exames e cirurgias, partos e outros procedimentos. Serão priorizados os casos de urgência e emergência.

Preocupação da região

Na manhã de quinta-feira passada, dia 23, prefeitos, secretários e vereadores de vários municípios do Vale do Caí estiveram em Montenegro para participar de uma reunião com a Secretaria de Saúde do Estado. O encontro aconteceu na Câmara de Vereadores, com a secretária estadual Arita Bergmann participando de forma virtual, assim como outros líderes de municípios da região.

Dos 218 hospitais aptos a receberem incentivos estaduais, 162 terão acréscimo e 56 redução. O Hospital Montenegro, que é o único da região com atendimento totalmente gratuito pelo 100% SUS, está entre os que terão o recurso diminuído. O valor mensal proposto pelo programa é de R$ 363.678,33. A perda será de R$ 1.463.371,04 mensais. “Estamos preocupados que, com a diminuição do repasse, a instituição tenha de fechar suas portas”, ressaltou a secretária municipal da saúde de Montenegro, Cristina Reinheimer. “Peço encarecidamente para que mantenha o repasse, para que nossa instituição continue viva”, pediu o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta. Políticos e representantes das cidades e da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) também se manifestaram no mesmo sentido.

No final das falas, Arita Bergamann defendeu o projeto e explicou que o Assistir visa corrigir uma grande distorção de recursos destinados a casas de saúde do estado. “O programa fará justiça com o dinheiro público”, ponderou. A secretária destacou que outros hospitais, do mesmo e de maior porte que o de Montenegro, por exemplo, não recebem incentivo nenhum do Executivo estadual. A chefe da pasta, então, apresentou uma alternativa para o HM: “a instituição de saúde deve apresentar uma proposta viável para a prestação de novos serviços na busca da recomposição deste valor”. Arita chegou a sugerir atendimentos de traumatologia e neurologia, o que elevaria o repasse. Ela também defendeu que o HM deixasse de atender 100% SUS.

A secretaria estadual ainda marcou nova reunião com representantes dos municípios e do HM, na primeira quinzena de outubro, para receber essa proposta e buscar recompor o valor para a instituição. “Nenhum de nós desconhece a importância e a relevância do Hospital Montenegro. Vamos marcar essa reunião para discutir o futuro dessa importante instituição”, salientou.

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