Carteira de motorista poderá ficar 80% mais barata

Com a possível dispensa da obrigatoriedade de aulas em autoescolas, o valor da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode ficar até 80% mais barato. Atualmente o custo ultrapassa os 3 mil reais, sendo que no Rio Grande do Sul, que tem a CNH mais cara do país, o valor pode chegar perto de R$ 5 mil, tornando-se inacessível para grande parte da população. Prova disso é de que mais da metade da população (54%) não dirige ou dirige sem habilitação, o que representa mais de 100 milhões de pessoas. E um dos principais motivos é o valor elevado, o que levou o Ministério dos Transportes a elaborar um projeto que pretende baratear o custo do documento em até 80% para as categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio).

A proposta é de desburocratização e inclusão social, fazendo o valor da CNH baixar para entre 750 a mil reais. Uma das possibilidades é permitir que o candidato estude a parte teórica de forma online, gratuitamente, e realize a parte prática com instrutores autônomos credenciados pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans). As provas teóricas e práticas vão continuar sendo obrigatórias. Com mais acesso à CNH, o governo espera que mais pessoas possam ingressar no mercado de trabalho em funções que exigem habilitação, como motoristas de aplicativo e entregadores.

RS tem CNH mais cara

O Rio Grande do Sul lidera o ranking de CNHs mais caras do país, com custo médio de R$4.951,35, para a categoria AB (moto e carro).

Mato Grosso do Sul ocupa a segunda colocação: lá, tirar a carteira de motorista sai por cerca de R$4.477,95. Já em Santa Catarina, o valor é de R$3. 906,90. Mesmo em estados em que o preço é menor, como a Paraíba (R$1.950,40), o modelo atual de formação acaba excluindo boa parte dos cidadãos que sonham com o acesso ao documento.

Cenário que pode ser comprovado pela pesquisa Perfil do Condutor Brasileiro, do Instituto Nexus, que destaca que 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação e 32% ainda não se habilitaram devido ao alto custo. A percepção de que o valor é elevado é praticamente consenso: 80% consideram a CNH cara ou muito cara e 66% dizem que o preço cobrado não condiz com o serviço entregue.

Entre os brasileiros com renda familiar de até um salário mínimo, 81% não possuem habilitação. A taxa de não habilitados também é expressiva nas regiões Nordeste (71%) e no Norte (64%).

O preço elevado para se habilitar tem reflexos ainda na informalidade. Quase metade (49%) dos condutores não habilitados dizem que o custo é o principal motivo para não regularizarem a situação. Isso mostra que o valor cobrado vai além de um problema econômico, se torna uma questão de segurança viária e inclusão social.

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