São Sebastião do Caí tem buscas da Operação Tríade contra facção criminosa
A Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (3ªDIN/Denarc), deflagrou na manhã desta quinta-feira (05/12) a Operação Tríade. Ordens judiciais de busca, prisão, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias foram cumpridos referentes à investigação de uma organização criminosa ligada ao grupo criminoso oriundo no Vale dos Sinos e que domina a distribuição de drogas no Estado do Rio Grande do Sul.
Até o momento, 20 pessoas foram presas preventivamente, bem como foram apreendidas armas, drogas, munições e dinheiro em espécie. Segundo o Delegado Joel Wagner, aproximadamente 200 policiais civis cumpriram 94 medidas cautelares em nove cidades, sendo elas: Novo Hamburgo, Esteio, Sapucaia do Sul, Viamão, Parobé, Canoas, Porto Alegre, São Sebastião do Caí e Sapiranga. A investigação da 3ªDIN/Denarc iniciou em 2023, quando foi localizado um “bunker” da organização criminosa na data de 03/07/2023, em Novo Hamburgo.
Na oportunidade, foram apreendidos em sua posse quatro pistolas, três delas de calibre .9mm e uma calibre .380, três capas de colete balístico, dois carregadores prolongados, 101 munições calibre .380, 159 munições calibre .9mm, 30 munições .38, 2,54kg de crack, 1,04kg de cocaína, balança de precisão, rádio comunicador, 1 kit roni, 1 granada tipo morteiro, cadernos de anotações relacionados ao tráfico de drogas, cerca de R$ 46.000,00 em espécie, além de aparelhos telefônicos.
“Ao longo das investigações, diversas prisões em flagrante de membros da organização foram realizadas, junto com a apreensão de quantidades de drogas e armas, como a ação realizada em 06 de junho de 2024, quando foram apreendidos aproximadamente três quilos de cocaína, uma pistola calibre .9mm, balanças de precisão, objetos utilizados para preparação da droga, R$ 26.534,00 em espécie, telefones celulares e documentos”, disse o Delegado Joel Wagner.
A operação revelou uma estrutura hierarquizada com quatro núcleos principais:
- Fornecedores de drogas: Controlados por líderes do alto escalão, com conexões interestaduais e internacionais.
- Consórcio de traficantes: Um sistema organizado de distribuição de drogas com gerenciamento financeiro próprio.
- Revendedores locais: Operadores menores que lidam diretamente com os usuários, em pontos de venda e tele-entrega.
- Núcleo de suporte: Responsável por falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e uso de “laranjas”.
A organização movimentou milhões de reais entre 2023 e 2024 (cerca de 1.000 kg drogas mês, principalmente cocaína e crack, ao preço médio de R$ 25.000,00 o kg, chegando ao montante mensal de R$ 25.000.000,00), utilizando esquemas de lavagem de dinheiro, empresas de fachada e transações em dinheiro vivo. Também foi constatado que o grupo criminoso negociava armas de fogo, com suspeitas recaindo sobre um clube de tiro que facilitava as aquisições ilegais.
Entre os investigados, destaca-se um dos líderes do primeiro núcleo que, condenado a 176 anos de prisão, rompeu a tornozeleira e fugiu, após ser beneficiado com prisão domiciliar humanitária. Esse indivíduo organizou no ano de 2017 um plano de fuga em massa de presos no antigo Presídio Central, por meio de um túnel, o qual foi localizado pela Polícia Civil, sendo posteriormente destruído.
O Diretor de Investigações do Denarc, Delegado Alencar Carraro, reafirma o compromisso de atuação incessante no desmantelamento, prisão e retirada de bens das principais lideranças das organizações criminosas do RS. “A operação de hoje é mais um recado para a organização criminosa com origem no Vale dos Sinos de que a Polícia Civil, através do Denarc, está atenta às ações criminosas no Estado”.
Já o Diretor-Geral do Denarc, Delegado Carlos Wendt, reforça o comprometimento do Departamento no combate incessante ao narcotráfico através de investigações que objetivam responsabilizar indivíduos que estejam na cadeia de comando de grupos criminosos e a respectiva descapitalização de tais grupos.
Fonte: Polícia Civil RS
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