Pedro Diomar Flores: do sindicato à política

Diomar faleceu em 2021 com 63 anos, vítima de câncer de pulmão Arquivo/FN

Em 2008, Pedro Diomar Flores, conseguiu reeleger-se vice-prefeito de São Sebastião do Caí. Um fato notável, pois apesar da extraordinária reviravolta ocorrida na eleição municipal, com uma radical troca do grupo que comandava o município. Diomar continuou no cargo, com possibilidade de ter importante participação no governo municipal.

Foi mais uma vitória deste caiense de 50 anos, nascido na roça, que subiu na vida lentamente até se tornar um dos mais destacados políticos do seu município. Desde jovem Diomar trabalhou no comércio e participou da diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio. Do qual, depois de alguns anos, foi eleito presidente. Sua primeira vitória eleitoral.

Carreira política

Na política partidária, ele teve a sua primeira experiência em 1982, quando tinha 24 anos e concorreu a vereador pelo PT. Não se elegeu. Mas nas eleições do ano 2000, já com o prestígio de ser presidente do Sindicato, ele concorreu novamente e foi eleito vereador. Depois disto não perdeu mais eleição. Em 2004, foi candidato a vice-prefeito na chapa de Léo Klein e agora foi reeleito, como vice de Darci Lauermann. Em ambas as eleições, Diomar teve papel importante na tomada de decisão do seu partido (o PT, no qual atua desde a juventude).

E, desta vez, a decisão foi difícil. Diomar e Aloísio Pereira, seu companheiro no PT, eram secretários municipais no governo Léo Klein. Mas acompanharam a decisão do seu partido, que decidiu romper com o PP, e renunciaram aos seus cargos. Diomar deixou de ser secretário, mas continuou vice-prefeito.

E vai continuar sendo, pois ao romper com o PP de Léo Klein, o PT optou por coligar-se com o PMDB para a disputa da eleição municipal. E Diomar foi apontado pelo seu partido para ser o vice de Darci na disputa eleitoral.

Diomar participou intensamente da campanha, ao lado de Darci, e ajudou muito na vitória obtida em 5 de outubro.

Com tudo isto, Diomar destacou-se cada vez mais no cenário político caiense. Ele, afinal de contas, é um vitorioso. Não perde eleição.

Mas também tem outras qualidades.

Quando os partidos de oposição se articulavam para enfrentar a candidatura de Neiva Santos, Diomar trabalhou para formar uma candidatura única que unisse a oposição. Houve uma reunião de todos os partidos de oposição, tentando formar uma chapa única, pois temia-se que se a oposição fosse para a eleição dividida, seria difícil enfrentar Neiva, por ela ter o apoio da “máquina” do PP e da prefeitura.

Brilhante oratória

Para facilitar a união dos partidos, Diomar se dispôs a abrir mão da sua candidatura como vice na chapa encabeçada por Darci Lauermann, oferecendo a vaga a Luiz Alberto Oliveira. Mas Luiz e seus companheiros de partido não aceitaram.

A atitude de Diomar foi vista e admirada como um gesto de grandeza e de desprendimento.

Na campanha ele também mostrou muita garra, humildade e habilidade nas caminhadas que fez, pedindo voto no contato direto com os eleitores.

Assim Diomar chegou à vitória e também nela se destacou. Na grande festa acontecida no centro da cidade depois do anúncio do resultado da eleição, vários oradores falaram para o povo que se reuniu no centro da cidade. E muita gente comentou que, de todos os discursos proferidos diante do povo emocionado, o melhor foi o dele.

A expectativa era de que, Diomar poderia participar da administração municipal, na qual poderia ajudar bastante, pois tem a experiência de haver sido – por alguns anos – o secretário de administração no atual governo. E teria, também, o papel de buscar recursos em Brasília, onde tem muitos bons contatos devido à sua longa militância no PT.

As coisas, no entanto, não ocorreram exatamente desta forma.

Caso das vacinas
Na primeira gestão Darci- Diomar houve um atrito forte entre os dois. Diomar Flores (vice-prefeito e secretário da saúde) denunciou que houve irregularidade no uso das vacinas contra a gripe, que deveriam ser destinadas unicamente aos idosos (até o final deste mês) e, no entanto, foram usadas para outras finalidades.
Tanto Diomar como o prefeito disseram que uma parte das vacinas “desaparecidas” foi aplicada em funcionários da empresa Conservas Oderich. Um procedimento que, segundo o prefeito, vem acontecendo há vários anos. Darci diz que isto é feito porque a Oderich é uma empresa do setor de alimentação e parte de seus funcionários trabalham em câmeras frias. E também porque a prefeitura recebe grande quantidade de vacinas da gripe do governo e que elas sobrariam se fossem destinadas unicamente aos idosos.
O caso, afinal, talvez não seja tão grave. Mas está demonstrou um grande distanciamento entre o prefeito Darci e o vice-prefeito Diomar.
Darci se queixa de que Diomar levou o caso à polícia e à imprensa sem antes conversar com ele. Diomar diz que falou com o prefeito sobre o assunto.
Enquanto Diomar estiver afastado da secretaria, será substituído pelo chefe de gabinete do prefeito, Fernando Cofferi. O que causa inconformidade por parte de Diomar, já que Fernando foi apontado por ele como possível envolvido no caso do desvio de finalidade das vacinas.
A questão é bastante complicada e poderá trazer grandes prejuízos para o município. Talvez nem tanto pela alegada irregularidade. Mas sim pelo desentendimento que está havendo entre o prefeito e o vice. Pouco tempo depois, Diomar se afastou da administração municipal.

 

Morte

No início da manhã de quinta-feira, dia 20 de maio de 2021, o ex-vice-prefeito de São Sebastião do Caí, Pedro Diomar Pacheco Flores, aos 63 anos de idade, morreu vítima de câncer no pulmão.

 

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