Após recurso, condenado por pedofilia tem pena reduzida para 102 anos

Foi julgado ontem, quinta-feira, o recurso de um homem de Tupandi condenado a 180 anos de prisão por estupro de vulnerável e exploração sexual de quatro vítimas, entre elas crianças e adolescentes. Ele tinha sido condenado em novembro do ano passado no Forum de São Sebastião do Caí.

O acusado, de 55 anos, está preso desde março de 2020, pela Polícia Civil de Bom Princípio, sob acusação de exploração sexual e estupro de menores. No julgamento no Caí, suas penas somaram 180 anos e 3 meses de prisão, mais um ano de detenção, e multas que somam 195 mil reais de reparação civil por danos morais como indenização para quatro vítimas. Após o recurso julgado ontem, sua pena foi fixada em 102 anos de prisão.

A Polícia iniciou a investigação após parentes de uma vítima que teria sido abusada desde os 9 anos e atualmente já é maior de idade. Além da prisão, na época foram apreendidos na casa do acusado, em Tupandi, computador, celular, pen drives e cerca de 80 DVDs pornográficos, onde foram gravados vídeos com cenas de relações sexuais de menores com homens que também foram investigados. O nome do réu não foi divulgado.

Segundo o Ministério Público, os crimes têm o agravante de envolver menores, o que é considerado estupro de vulnerável e implica em aumento de pena. Além de abusar das vítimas, gravava vídeos das relações com outros homens, em que eram obrigadas sob ameaças, humilhações e coação. Em sua denúncia, o Ministério Público afirmou que em um dos casos os abusos aconteciam quase toda semana, quando a esposa do réu saía para trabalhar. Ele ameaçava as vítimas, dizendo que contaria para as respectivas mães que as meninas se ofereciam para o réu. Quando uma das adolescentes completou 18 anos, ele passou a ordenar que ela saísse com vizinhos casados, sob ameaça de contar para sua mãe, que apresentava problemas psicológicos (depressão após o falecimento do marido, pai da vítima). Conforme a menina, a mãe acreditava em tudo o que o réu falava, pois era considerada pessoa de confiança.

O MP informou que o réu também obrigava as vítimas a se relacionarem com outros homens e a gravarem vídeos pornográficos. Conforme o Ministério Público, em um dos casos, uma das adolescentes foi coagida a manter relações sexuais com homens aleatórios chegando ao ponto de, em uma única noite, manter cinco relações sexuais. No total gravou cerca de 30 vídeos para o acusado, Tudo acontecia mediante graves ameaças de distribuir o material para toda a cidade.

Conforme a denúncia do Ministério Público, os crimes ocorriam desde 2010 até 2020, quando o réu foi preso. Uma das vítimas sofreu os abusos dos 10 aos 15 anos de idade e a outra dos 12 aos 20 anos. Para o MP, o acusado não só minou a resistência das vítimas, mas também lhe incutiu um sentido de obediência. As vítimas perderam não só a capacidade de resistir, como também a de se indignar. Implicadas em um jogo de ameaças e manipulações, as jovem tornaram-se submissas, como se fossem “escravas sexuais”.

 

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