Desassoreamento divide opiniões e será tema de audiência pública

Máquinas realizam serviço de desassoreamento em Estrela - Foto: Felipe Fontoura/Sedur

O programa Desassorear RS, do Governo do Estado, atingiu a marca de mais de 1 milhão de metros cúbicos. É a quantidade de sedimentos retirados de rios e arroios no território gaúcho, o equivalente a cem mil caminhões carregados. As máquinas já passaram ou estão em pleno funcionamento em 65 municípios, entre eles no Vale do Caí, como em Bom Princípio, Brochier, Feliz, Harmonia, Maratá, Pareci Novo, São Vendelino e Tupandi. Conforme o Governo do Estado, as ações do Desassorear RS removem sedimentos que dificultam a vazão das águas, com investimento de mais de 300 milhões de reais. O foco principal é a prevenção do transbordamento de rio e arroios.

Posições divergentes

O desassoreamento é um tema que divide opiniões. Enquanto é solicitado por moradores de áreas atingidas por inundações e lideranças políticas como forma de reduzir o impacto das cheias, a medida é contestada por ambientalistas e especialistas em hidrologia que a consideram ineficaz e de alto custo em grandes rios.

O Governo do Estado contratou três empresas para mapear o fundo de alguns dos principais rios gaúchos e avaliar a possibilidade de remover sedimentos. A batimetria, que mede a profundidade, deve ser concluída em até 180 dias. Federações como Farsul, Fecomércio e Fiergs defendem o desassoreamento sistemático e permanente dos rios e canais, além de outras obras de contenção. No Vale do Caí, a Associação dos Moradores e Empreendedores atingidos pelas cheias (AME – Rio Caí), tem a mesma posição. No entender do presidente da associação, Giovani Bender, o desassoreamento vai amenizar o impacto das cheias, aumentando a capacidade volumétrica da caixa do rio. Já o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Caí (Comitê Caí), Rafael Altenhofen, considera que o desassoreamento dos rios não é uma solução eficaz para evitar as enchentes, além de causar sérios impactos ambientais.

Em São Vendelino o desassoreamento é feito no arroio Forromeco
– Foto: João Pedro Rodrigues/Secom

Audiência Pública

Sobre a questão do desassoreamento, através de solicitação do deputado estadual Airton Lima (Podemos), que reside em Montenegro, a Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa vai realizar uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Montenegro. Será na próxima segunda-feira, dia 7 de julho, às 19h, com transmissão ao vivo pela internet. Além de Montenegro, o encontro deve reunir representantes dos demais municípios da região, deputados e representantes do Governo do Estado, movimentos sociais e especialistas.

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