Expressões da época
Expressões que antigamente eram muito comuns na linguagem popular, caíram em desuso e hoje são desconhecidas pelas pessoas jovens.
Uma delas é “tô com a vela” ou, “ele está com a vela na mão”. Esta vinha do costume que havia, até meados do século XIX, de se colocar uma vela acesa na mão da pessoa, no momento da sua morte.
Outra, já mencionada neste blog, é “o fim da picada” que é explicada na postagem intitulada O fim da picada.
Usava-se a expressão “tô com a vela” para dizer que se está numa situação muito ruim. Se dizia “o fim da picada” para expressar que determinada coisa, ou situação, era muito ruim.
Não se ouve mais, hoje em dia, a expressão “vento encanado”, muito comum no passado.
Ela descreve a situação em que, numa casa, existem duas aberturas (porta ou janela) abertas e isso faz com que ocorra uma “correnteza” de vento dentro da casa. Isso provoca resfriado nas pessoas.
De uma pessoa que era ignorante, ríspida, estúpida, dizia-se que era “grossa”. Há 50 anos, dizia-se de uma pessoa assim que era “mais grosso do que dedo destroncado”. Numa época em que o trabalho manual era intenso e as pessoas andavam descalças ou calçando tamancos, destroncar um dedo, da mão ou do pé, era acidente mais comum do que é hoje.
O Vale do Caí, assim como em todo o país, as onças povoavam as matas. A convivência com elas era comum. Por isso criou-se a expressão “cutucar a onça com vara curta”. O que significa fazer uma coisa arriscada.
A expressão “amigo da onça” se originou de uma anedota na qual um homem teve de enfrentar uma onça e esperava contar, para isso, com a ajuda de um amigo. Ao final da história, se revela que o suposto amigo era, na verdade, amigo da onça.
Quando algo era muito antigo, se dizia “Isso é do tempo do Ariri Pistola”.
Esse texto, escrito no final do século XIX, narrando um episódio ocorrido em 1830, explica o surgimento da expressão “está assim de”:
Um dia, voltando do Vale das Rosas, onde construía canoas com o pessoal dele, o velho Hortêncio Leite passou pela casa e avisou o velho Fritzen: Olha, Stephan, aqui em cima não é bom para morar, pois lá em baixo no Vale das Rosas está assim de bugres.
Ergueu um punhado de areia e deixou escorrer pelos dedos para simbolizar a quantidade de bugres. “Veja quantos são!”
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