Centro de Cultura: a realização de um sonho
Antigamente – entre os anos 30 e 80 do século passado – o Caí contou com dois grandes cinemas. Primeiro foi o Cine Gaúcho, que funcionava na rua Pinheiro Machado, a uma quadra da prefeitura, em direção ao rio. Depois veio o Cine Aloma, na rua Marechal Deodoro, no prédio onde hoje funciona o Supermercado Fácil. O Cine Aloma tinha capacidade para 700 espectadores.
O Cinema Gaúcho foi fundado numa época em que poucas pessoas tinham rádio, a televisão ainda estava longe de ser inventada. Por isto, as sessões de cinema lotavam, apesar da cidade, na época, ser bem menor e a qualidade dos filmes bastante precária.
Nestes prédios, além das sessões regulares de cinema, aconteciam também – eventualmente – apresentações de teatro e festivais de música. Especialmente o Festival Som Livre, que revelou inúmeros talentos.
O ex-prefeito Léo Klein quando criança foi assíduo frequentador do Cine Aloma. Na sua juventude ele criou uma banda com seus irmãos e amigos e chegou até a se dedicar profissionalmente à música.
O Cine Aloma fechou há muito tempo, mas deixou saudades. E Léo Klein resolveu realizar aquilo que seus antecessores também cogitaram fazer, mas não tiveram a ousadia de empreender. Na comunidade, várias pessoas também tentaram se mobilizar pela construção de um Centro de Cultura, mas todas as tentativas neste sentido esbarraram na dificuldade representada pelo alto custo de uma obra desta envergadura.
E surge o Centro de Cultura
Quando assumiu a prefeitura, no ano 2000, Léo Klein viu a oportunidade de realizar esta aspiração da comunidade. Foi atrás de recursos para isto, mas o Governo Estadual, em crise, não podia ajudar. Mandou fazer o projeto da obra, elaborado pelo arquiteto Carlos Edmundo Blauth, então funcionário da prefeitura. E saiu à busca de recursos para a realização da obra.
Finalmente encontrou apoio no deputado Pastor Paulo Gouveia, do PL, que conseguiu uma verba de R$ 100 mil. Com este dinheiro e mais alguns recursos da prefeitura, Léo conseguiu dar início à obra. Já no seu primeiro mandato, o prédio foi erguido. Foram levantadas as paredes e colocado o telhado.
Léo foi reeleito em 2004 e continuou perseguindo o sonho. Conseguiu com o deputado Tarcísio Zimmermann, do PT, mais uma verba de R$ 220 mil que permitiu dar outro grande impulso à obra.
Mas faltava o mais caro: fazer o acabamento e equipar o teatro. Havia o risco do prefeito encerrar o seu oitavo ano de governo sem conseguir completar a obra. Surgiu, então, uma grande oportunidade. A exemplo do que acontecia com outras cidades, o prefeito fez o leilão da folha de pagamentos da prefeitura, que ganhou com isto a importância de R$ 1,9 milhão.
Usando uma parte deste dinheiro, o prefeito conseguiu, finalmente, concluir o grande prédio e entregá-lo à comunidade.
O prédio, além de estar localizado no coração da cidade, ao lado da prefeitura, ficou muito bonito. Mais do que isto. O Centro de Cultura é um prédio de aspecto grandioso, que dá à cultura a importância que ela realmente tem. E o Caí se engrandece com isto, deixando orgulhosos todos os seus cidadãos.
Centro de Cultura passa no teste
O Centro de Cultura foi inaugurado e testado no dia 6 de junho de 2008, numa noite de sexta-feira. E foi um sucesso. No sábado houve a solenidade de inauguração, com a presença de autoridades caienses e vindas de fora.
Perante um auditório quase lotado, o evento começou com a apresentação de um audiovisual divulgando as realizações da atual administração municipal.
Na abertura, a execução da música Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, impactou o público e mostrou a qualidade e potência do equipamento de som instalado.
Os discursos foram breves: falaram a secretária municipal de educação Marli Flores Klein; o presidente da Câmara Municipal, Paulo Sérgio Piava; os deputados Renato Molling e Tarcísio Zimmermann, todos enaltecendo a importância da obra e da cultura como fator de desenvolvimento.
Falaram também o pastor Guido Broenstrup e o padre Heitor Morchel, que deram a bênção ao novo centro de cultura.
O prefeito Léo Klein falou do esforço exigido para a realização da obra e a sua conclusão a tempo para a inauguração. Agradeceu aos que colaboraram para isto, como Marcos Luft e os arquitetos Sérgio e Josane Bohn. O prefeito chegou a emocionar-se ao falar do empenho de Sérgio Müller e Alamir DJ para acertar todos os equipamentos, trabalhando até minutos antes do início da solenidade.
Talentos locais, na festa de inauguração
O público se portou muito bem na inauguração do Centro de Cultura. Não soaram celulares, não se ouviam conversas durante os discursos e todos os oradores foram aplaudidos polidamente.
Mais fortes ainda foram os aplausos dirigidos ao Coral Municipal, que fez uma belíssima apresentação, mostrando que não falta talento aos artistas caienses.
E a festa inaugural terminou com a apresentação da Orquestra Municipal de Sopros, dirigida pelo maestro Davi Dessotti. Ao final, o público aplaudiu de pé. A orquestra é composta por músicos jovens. O que demonstra que a cultura caiense tem muito futuro.
Encerradas as apresentações no palco, o público confraternizou num coquetel no hall de entrada. Os comentários foram muito elogiosos. O prédio, e inclusive as suas instalações internas, impressionam pela qualidade e bom gosto.
O Centro de Cultura começou bem. Resta agora que a comunidade se mobilize e participe intensamente da produção cultural, aproveitando o espaço que foi criado para a sua difusão. As entidades e artistas caienses não devem esperar pela prefeitura. Devem propor eventos, como já fez a Câmara de Dirigentes Lojistas. Na quarta-feira seguinte a inauguração, a CDL promoveu a palestra de Eduardo Tevah.
Centro de Cultura: o Caí com cara de primeiro mundo
O moderno prédio do Centro de Cultura foi planejado para harmonizar com o da velha Prefeitura
Por ocasião da inauguração do Centro de Cultura, o jornal Fato Novo publicou o seguinte comentário:
“Existe o desenvolvimento econômico, que é muito importante, nenhum povo é feliz vivendo na miséria. E existe o desenvolvimento social, que também importa muito, pois uma sociedade não vive bem se enquanto uns enriquecem, outros permanecem na pobreza extrema e sem oportunidades de melhorar. E existe, ainda, o desenvolvimento cultural.
O ideal é que os povos alcancem estas três formas de desenvolvimento simultaneamente. E é isto que geralmente acontece. Os países desenvolvidos – que chamamos de primeiro mundo, devido à alta qualidade de vida que lá se desfruta – se destacam sempre pelas três formas de desenvolvimento: o econômico, o social e o cultural.
O povo culto, que investe na educação e valoriza as artes, adquire maior capacidade técnica. O que o torna mais produtivo e rico. O povo culto também absorve melhor os valores morais positivos, que permitem a construção de uma sociedade mais igualitária, sem desamparados.
Por isto a cultura é fundamental. É a cultura que faz o homem evoluir.
E é por isto que os caienses devem ver com orgulho e com entusiasmo o momento em que passam a contar com o seu novo, e magnífico, Centro de Cultura.
O Centro de Cultura dá ao Caí uma cara de primeiro mundo.”
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