Rio sobe 4 metros no Caí e a previsão é de muita chuva nos próximos dias
A MetSul Meteorologia reforça o seu alerta sobre um cenário de grave risco hidrológico e meteorológico no Rio Grande do Sul com chuva excessiva a extrema e uma muito alta probabilidade de cheias de rios e enchentes no estado neste fim de abril e, em especial, na primeira semana de maio. O alerta inclui a região do Vale do Rio Caí, que no ano passado sofreu dez inundações, especialmente a grande cheia de novembro, com grandes prejuízos e transtornos .
Uma massa de ar excepcionalmente quente sobre o Brasil vai se intensificar sobre o Centro do país nesta semana sob um padrão de bloqueio atmosférico. Ao mesmo tempo, ar mais frio vai estar atuando em vários dias sobre a Argentina, gerando um enorme contraste térmico nas latitudes médias do continente. Uma vez que o Rio Grande do Sul estará na zona de transição entre as duas massas de ar, a quente e a fria, a instabilidade será frequente com expectativa de muita chuva. Ora ar mais frio de Sul avançará para o estado, ora ar mais quente de Norte ingressará, e esta variação constante dia a dia gerará sucessivas áreas de instabilidade com precipitação abundante.
Conforme a MetSul, o cenário é muito parecido com a da primavera meteorológica do ano passado, durante o auge do El Niño, quando eventos extremos de chuva com enchentes atingiram o Rio Grande do Sul nos meses de setembro, outubro e novembro sob bloqueios atmosféricos associados a potentes ondas de calor no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil.
Risco de enchente
A chuva que vai cair neste fim de abril e no começo de maio se somará ao que se já se precipitou neste fim de semana e nos últimos dias no Rio Grande do Sul, quando choveu muito e até excessivamente em algumas localidades. Ou seja, serão acumulados muito altos a extremos que se somarão a volumes já elevados ocorridos dias antes. No Vale do Caí o grande volume de chuva que caiu desde sábado já gerou muitos transtornos, como alagamentos de ruas, e elevou o nível do rio Caí.
Conforme régua da CPRM, que monitora o nível do rio, em São Sebastião do Caí desde ontem, sábado, o rio subiu quase 4 metros, passando de 2m46cm para 6m24cm até às 10h45 da manhã desde domingo, quando estagnou e começou a baixar lentamente, encontrando-se atualmente na cota de atenção. Já em Montenegro subiu de 1,28cm para 3m58cm até às 14h45min deste domingo, também estando em cota de atenção. Nas últimas 24 horas choveu cerca de 70 milímetros e no acumulado de três dias soma 82,6 milímetros. A preocupação é de que o rio já está cheio e a previsão é de um volume ainda maior de chuva nesta próxima semana.
A MetSul alerta que o cenário de chuva indicado por modelos numéricos para esta semana é por demais preocupante com as simulações indicando acumulados entre 100% e 200% da média de chuva histórica de um mês todo nesta época do ano em apenas sete dias para grande número de localidades gaúchas. Os volumes indicados nas projeções são excessivamente altos a extremos. Embora com discrepâncias na distribuição dos volumes, os mapas da MetSul apontam um cenário de chuva excessiva para grande parte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os mapas trazem a projeção de chuva para esta semana – apenas sete dias – dos modelos alemão Icon, do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) e ainda da Meteorologia do Canadá (CMC).
Além do perigo de inundações e alagamentos, existe a preocupação com os prejuízos que poderão ocorrer para as estradas, risco de deslizamentos e para a agricultura, entre outros danos.
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