Operação Garra, de combate a roubo de caminhões, tem buscas em Montenegro e Portão

Principal alvo dos criminosos eram os caminhões munck - Crédito: Polícia Civil

A Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo e da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, nesta quinta-feira (18) deflagrou a Operação Garra. Foram cumpridas 35 ordens judiciais, sendo 12 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão, Santa Maria e Montenegro. Foram presas nove pessoas. Em Montenegro o alvo foi um apenado da Penitenciária Estadual do Pesqueiro, onde policiais da Delegacia local estiveram na cela cumprindo mandado de busca e apreensão.

Em São Leopoldo foi preso um despachante acusado de envolvimento no esquema de adulteração de caminhões roubados e furtados, dando aparente legalidade a veículos e equipamentos oriundos de crimes. Já o líder da quadrilha teria sido capturado em Sapucaia do Sul. E em Portão, uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma. Próximo da divisa de Portão com São Leopoldo, foram realizadas buscas em uma oficina investigada como desmanche para adulteração de veículos roubados, além de em residência de um dos envolvidos no esquema criminoso.

A investigação mira duas das maiores e mais estruturadas organizações criminosas atuantes no Rio Grande do Sul. Elas operavam de forma coordenada e sofisticada, especializando-se em uma vasta gama de crimes que incluem furto qualificado, receptação, adulteração veicular, desmanche ilegal, comercialização de peças e, em muitos casos, até mesmo extorsão de proprietários para a devolução de caminhões de alto valor. Os alvos primordiais dessas organizações criminosas eram caminhões, frequentemente equipados com dispositivos munck, o que denota o alto valor agregado dos bens subtraídos. Esta operação é o resultado de uma minuciosa e complexa investigação que se estendeu por aproximadamente dois anos.

Durante a investigação, foi possível identificar mais de cinquenta 50 indivíduos que exerciam papéis variados dentro das organizações, desde os responsáveis pelos furtos e desmanches até os envolvidos na logística, ocultação e lavagem de dinheiro.

Operação ocorreu nesta quinta-feira em cinco cidades – Crédito: Polícia Civil

Constatou-se que os grupos utilizavam estabelecimentos comerciais, como ferros-velhos e recicladoras, não apenas para o desmanche e a venda de peças furtadas, mas também como fachada para a lavagem do dinheiro ilícito. Adicionalmente, foi identificado que imóveis e criações de animais, como cavalos, eram empregados para ocultar bens e movimentar os lucros da atividade criminosa, diluindo o rastro do dinheiro sujo.

Ao longo da investigação, a atuação dessas organizações foi correlacionada a mais de 65 ocorrências policiais e identificou-se o furto ou adulteração de mais de 60 caminhões. A forma de atuação incluía a troca da ponta do chassi, a alteração de características veiculares como cor e acabamento, e o “esquentamento” de equipamentos munck de alto valor, que eram subtraídos dos caminhões e revendidos com documentação fraudulenta. Para dificultar a identificação, os criminosos quebravam vidros com numerações, removiam plaquetas de identificação e até picavam chassis em pequenos pedaços para venda como sucata. Locais como chácaras e galpões eram usados para esconder os veículos após os furtos e realizar as adulterações.

O prejuízo estimado à sociedade, decorrente da atuação dessas organizações, é milionário. Levantamentos preliminares indicam que o lucro do grupo criminoso superava três milhões de reais, evidenciando o grande vulto da atividade criminosa e o impacto econômico negativo para o Estado e para as vítimas.

Segundo o Delegado André Serrão, titular da 2ª DP de São Leopoldo, com base nas robustas provas coletadas, foram expedidos mandados de prisão preventiva contra indivíduos de alta periculosidade, incluindo as duas principais lideranças das organizações criminosas. “Estes líderes coordenavam uma estrutura complexa, com ‘braços direitos’ e ‘gerentes’ que distribuíam tarefas específicas, garantindo a execução de toda a cadeia criminosa, desde o furto até a adulteração e a revenda. Também foi identificada a participação de ‘laranjas’ para ocultar patrimônio e de familiares, incluindo esposas, na movimentação financeira ilícita”, esclareceu Serrão.

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