Em depoimento, registrado em vídeo, o ex-presidente Jair Bolsonaro confessou que usou um ferro de solda quente para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que o monitorava. “Foi por curiosidade”, justificou, informando que a tentativa de abrir o equipamento aconteceu no final da tarde de sexta-feira.

No início da madrugada de sábado, às 00h07, o sistema do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME) gerou o alerta de violação da tornozeleira. Por volta de 6h da manhã ele foi preso pela Polícia Federal.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo sobre o relatório e o vídeo da Seap e deu prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre a tentativa de violar a tornozeleira.  “O equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Havia marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case. No momento da análise o monitorado foi questionado acerca do instrumento utilizado. Em resposta, informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento”, diz o relatório.

Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF, onde ficará em uma sala reservada para autoridades. Moraes determinou que o mandado de prisão fosse cumprido “com todo o respeito à dignidade do ex-presidente, sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática. Desde 4 de agosto, Bolsonaro estava em prisão domiciliar. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, abolição do Estado de direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração do patrimônio.

A defesa do ex-presidente pediu a concessão de prisão domiciliar humanitária. A justificativa é de que Bolsonaro tem 70 anos e doenças permanentes, que demandam acompanhamento médico. Ele deverá passar por audiência de custódia amanhã, domingo, por videoconferência.