Construção de novas casas, área para empresas, desassoreamento e mudança no plano diretor estão no Plano de Reconstrução de São Sebastião do Caí

Na manhã desta segunda-feira, dia 24, foi apresentado o Plano de Reconstrução de São Sebastião do Caí.

As medidas prioritárias foram anunciadas pelo prefeito Júlio Campani, na Prefeitura, com a presença do vice-prefeito Mozar Hoff, vereadores, secretários municipais, representantes de entidades e imprensa, durante entrevista coletiva e transmissão em live ao vivo no Instagram oficial da Prefeitura. “São Sebastião do Caí foi o quinto município mais atingido pelas enchentes no Rio Grande do Sul. São muitos impactos negativos que ainda não se pode dimensionar”, declarou o prefeito, sobre os prejuízos. “Tem também o impacto social e emocional. Foram doze enchentes em doze meses. E agora com qualquer chuva todo mundo fica apreensivo”, completa.

Campani citou a busca por recursos. Lembrou que participou de encontro com representantes do Ministério da Agricultura, entregando um levantamento dos cerca de 43 milhões de reais de perdas dos produtores rurais caienses. “Eles devem visitar o Caí nesta terça-feira pela manhã”, informou. Também na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, está marcada uma audiência pública na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, para tratar justamente do impacto das cheias. E está programada uma visita do senador Paulo Paim para quinta-feira, assim como já ocorreram contatos com o senador Luis Carlos Heinze e com o ministro Paulo Pimenta, que falaram do projeto para redução das inundações. O prefeito pediu que os projetos para solucionar o problema das enchentes saiam do papel, pois são necessárias medidas imediatas.

O prefeito ainda manifestou preocupação com a significativa queda no retorno de ICMS que deverão ter os municípios, projetada em torno de 40% na arrecadação. “Isso dificulta a execução de ações para a recuperação”, lamentou. Mesmo assim garante que a Prefeitura terá recursos próprios para a execução de ações, devendo investir cerca de R$ 1,7 milhão. E mais recursos estão sendo buscados em parcerias, como com empresas, através da campanha “Juntos Pelo Caí”, numa iniciativa da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS Caí), Câmara de Dirigentes Lojistas, Prefeitura e Sicredi. A cada depósito realizado na conta da campanha o Sicredi faz a doação do mesmo valor, dobrando a arrecadação.

Comércio e indústria

A Prefeitura antecipou o repasse de 50 mil reais ao CDL para a premiação da campanha “Compre no Caí”, visando a valorização e incentivo ao comércio local. O primeiro sorteio será em 3 de julho, com 25 mil reais em cem vales-compra de 250 reais. No total da campanha serão distribuídos 100 mil reais em prêmios nos quatro sorteios.

Também está sendo feita a prospecção de uma nova área de terras para a instalação de indústrias que queiram migrar para um local mais seguro, que não seja atingido por enchentes. “Já temos uma empresa que nos procurou sobre isso”, afirmou o prefeito.

Campani citou ainda a parceria com o Sebrae, CDL e Associação Comercial e Industrial (ACIS), no sentido de apoio as empresas. O Sebrae oferece apoio para micro e pequenos negócios atingidos pela enchente, através do mapeamento das necessidades para a recuperação, materiais e insumos por meio da consultoria, além de reembolso de até R$ 15 mil nos custos por reparos, manutenção ou reposição de equipamentos e mobiliário.

“Estamos conversando com as empresas para ver como ajudar. Não podemos perder nossas empresas, por tudo que representam. Faremos tudo que é possível”, afirmou o prefeito.

Em função das cheias, foi lembrada a mudança da Secretaria da Saúde para o antigo prédio do restaurante Variani, próximo ao Parque Centenário. E a do quartel da Brigada Militar.

Construção de casas

Quanto a construção de moradias, Campani anunciou a compra de mais oito lotes no loteamento Boa Vista, totalizando 26 lotes, para 50 casas. E o aproveitamento de áreas no Loteamento Popular e Boa Vista, para construir mais 43 residências. “Temos 95 famílias que perderam tudo, incluindo suas casas, e outras de forma parcial”, disse, lembrando que o Governo do Estado anunciou que o município foi contemplado com 50 casas, que serão construídas pela iniciativa privada. Além disso, engenheiros e arquitetos da Unisinos estão fazendo um levantamento sobre a situação das casas atingidas no Caí. “Com base nisso vamos atrás de verbas para ver o que é necessário, como telhas, tijolos, cimento e outros materiais”, declarou Campani. Ele lembrou que até sexta-feira 513 pessoas estavam em abrigos públicos no Caí e que nesta segunda-feira o número tinha baixado para 420.  “Temos que dar uma resposta imediata. Até a metade de julho esperamos iniciar a construção de 50 casas”, declarou. E citou ainda a doação de materiais para a construção de 50 casas de madeira.

Campani comemorou o anúncio de doação de R$ 1 milhão por parte de empresários. E que com isso o Sicredi deve dobrar o valor. O objetivo é chegar a 8 milhões angariados para a recuperação do município, através da campanha e parcerias com empresas. “Vamos ter um momento fantástico. Até a metade de julho teremos grande anúncios”, espera.

O prefeito defendeu ações enérgicas para impedir a construção de novas casas nas áreas ribeirinhas mais atingidas pelas cheias. Sugeriu que, quem receber casa em área não alagável, deve entregar o seu imóvel perto do rio, passando para o município, impedindo assim novas ocupações.

Desassoreamento

Na parte ambiental, entre as ações está prevista a limpeza do arroio Coitinho e de bueiros da cidade através de hidrojateamento. O serviço já está contratado. Também está previsto o replantio de árvores, como de bambu, por dar uma resposta mais rápida, nas margens do rio Caí. O Governo do Estado confirmou a construção de cinco galerias, sob a RS 124, entre Pareci Novo, Harmonia e São Sebastião do Caí, para evitar o represamento da água das inundações. E também está programada a alteração da saída do arroio Cadeia, para que possa seguir o seu fluxo, evitando o represamento do rio Caí. O prefeito diz que ainda se buscará o desassoreamento do rio, principalmente no trecho entre a antiga barca e a santinha. “Se houver condições técnicas vamos fazer”, disse, destacando a importância da batimetria para verificar a profundidade e os pontos mais assoreados.

Sobre o desassoreamento, ressalta que o trabalho terá que ser feito quando o rio baixar, aproveitando quando estiver a empresa que vai atuar no arroio Cadeia.

Alteração do Plano Diretor

Outra mudança deverá ser no plano diretor, permitindo a construção de prédios mais altos e loteamentos, em locais não afetados pelas cheias. “Está sendo feito o orçamento para revisar o plano diretor”, disse Campani.

Auxílio aos agricultores

Entre as medidas de apoio aos produtores rurais, que tiveram grandes perdas, está de subsidiar juros de operação de crédito junto aos bancos, pagando os juros dos financiamentos. Também a reconstrução e recuperação das estradas vicinais, com a contratação de horas-máquina. “Muitos agricultores perderam tudo, lavouras inteiras”, lamentou Júlio. “Outra ação será o plano de reconstrução das estradas da Vigia”, completou.

Recuperação das ruas

Na área urbana, entre as medidas está a recuperação de ruas, que ficaram esburacadas com os alagamentos “Será feita uma operação tapa-buraco, de recuperação das ruas, e também o concerto de problemas de infiltrações. E o plantio de árvores na região central”, informou.

 

LIVE Sobre Plano de Reconstrução de São Sebastião do Caí
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