Caí teve a primeira apreensão de cocaína cor-de-rosa do Estado
Pela primeira vez no Estado a Polícia fez uma apreensão de cocaína cor-de-rosa. E foi em São Sebastião do Caí, na grande apreensão realizada em um sítio na madrugada da última quinta-feira, dia 10.
A Polícia Civil divulgou ontem, sábado, sobre a cor da droga, que causou surpresa, já que ainda não havia no Estado registro dessa substância, que é considerada de grande poder alucinógeno e alto risco para a saúde. De acordo com o delegado Gabriel Borges da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), que comandou a operação, a cocaína estava entre os mais de 130 quilos de entorpecentes encontrados dentro de tóneis na propriedade em que foi localizado um laboratório de refino de drogas.
No total foram apreendidos 82kg de maconha, 44kg de cocaína, 12 kg de crack, R$ 5 mil em dinheiro, cadernos de anotação, ceduleira, cinco telefones celulares e um veículo. Não foi revelado pela Polícia a localidade em que fica o sítio, apenas que era usado por uma facção criminosa que atua em todo o Estado.
Segundo o Delegado Gabriel Borges, já ocorreram algumas apreensões de cocaína cor-de-rosa em outros Estados nos últimos dois anos, mas essa é a primeira no Rio Grande do Sul. A droga foi encaminhada para análise do Instituto Geral de Perícias (IGP) em Porto Alegre. A Polícia busca saber de onde veio e como entrou no Estado.
A 2-CB ou 2-dimetoxibenzaldeído é conhecida em outros países como “vênus”, “erox”, ou “nexus”. A cocaína cor-de-rosa não é muito comum no Brasil devido ao alto custo de produção, tendo um número restrito de usuários.
Prisões no Caí
A investigação conseguiu identificar o homem que comparecia no sítio e depois fazia as entregas das drogas. Foi recebida a informação de que ele receberia uma grande quantidade de entorpecentes. Desta forma, foi feito o seu monitoramento e acompanhamento. Na madrugada da última quinta-feira ele foi abordado logo após deixar o local em um veículo.
No interior do automóvel, foram apreendidos 5 kg de crack, 9 kg de cocaína e 50 kg de maconha. O condutor foi preso em flagrante. Na sequência, foi feito o ingresso no interior do sítio. Com auxílio dos cães farejadores do Denarc, foram localizados diversos tonéis enterrados com o restante da droga apreendida. Um segundo homem que estava no imóvel, responsável pelo processo químico do entorpecente, também foi preso em flagrante.
No local, também foram recolhidos diversos insumos e compostos químicos, como cafeína e tetracaína, balanças, prensa hidráulica, material para embalar a droga, bacias, liquidificadores, bem como produtos estéticos e medicamentos a serem adicionados nos entorpecentes, como acetona, analgésicos e antibióticos.
O prejuízo ao crime organizado é estimado em aproximadamente R$ 2 milhões.
O Delegado Gabriel Borges destaca que a localização de laboratórios de produção de entorpecentes é um trabalho de suma importância realizado pelo Departamento, pois desarticula toda uma cadeia produtiva do crime organizado e revela o quão nocivo à saúde humana é a produção destas drogas, com a utilização de compostos químicos pesados, medicamentos controlados e produtos de ordem estética.
A investigação prossegue para identificar e responsabilizar criminalmente os demais membros da facção criminosa. Ambos os presos, com antecedentes criminais, foram conduzidos ao sistema carcerário.
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