Não Importa o Que Eu Penso !

Em tempos de opiniões polarizadas onde o maniqueísmo ganha forma e força, cada vez fica mais difícil convergir, concordar com a opinião dos outros, sabe. Falo de criar sinergia para sairmos da inércia, e melhorarmos o espaço onde vivemos, como vivemos.
Colabora com essa dificuldade, a velocidade dos tempos, originada com a velocidade da internet, aproximação de cada um de nós com as redes sociais e a necessidade de nos expressarmos, darmos opinião, e escolher lado sobre qualquer tema.
As cheias são exemplos deste exercício do pensar. Cada um tem sua experiência com o rio, cada um tem sua opinião. “Ah, mas precisamos desassorear o rio, ah precisamos replantar as matas ciliares, ah mas devemos fazer diques que resolvam nosso problema, ah mas tem um canal natural que não existe mais…”, muitas opiniões até fazem sentido, nem estou entrando no mérito, por quê?
Porque não importa o que eu penso!
Não é importante o que o engenheiro amigo do vereador pensa.
Não importa o que o Prefeito pensa.
E claro, também não importa o que o engenheiro: amigo do amigo pensa.
Bem, vamos ao ponto: o que devemos pensar se nada mais importa ?
É que apenas pensar, sem referência técnica, sem sinergia de pensar, não se estabelece, um caminho sustentável para começarmos a realmente buscar soluções que melhore, nossa vida em relação a estes problemas complexos, trazidos por uma nova realidade social e ambiental.
Estamos falando de muito conhecimento embarcado para gerar soluções: hidrólogos, geólogos, arquitetos urbanistas para buscar soluções onde existam de verdade, em problemas estruturais de outras localidades onde problema similares foram resolvidos. Mas o que poucos levam em consideração na hora de dar sua opinião, é que cada cidade , cada região tem suas particularidades, variáveis no convívio com o rio, que necessitam estudos customizados para aí então resolver de verdade catástrofes complexas.
Tá cansado do tema e de ler sobre isso ? Pois agora proponho jogarmos luz sobre o tema. Todos nós!
Quando digo todos nós, entenda todos nós de forma organizada. Organizada a partir de um Movimento de Inteligência de toda sociedade.
Explico:
O pensar organizado dentro de um ambiente de estado e não de governo, e isso é importante para que o ataque aos problemas não mudem de direção e precisem reiniciar a cada governo eleito, na troca de prefeitos e vereadores.
Haveria a necessidade de nossas lideranças entenderem e apoiarem este ganho, de tratar o problema como exceção devido a catástrofe ambiental e não apenas mais um problema a ser atacado pela gestão de quatro anos.
Um Movimento aos moldes de um Movimento que atacou problema específico uma única vez em nossa história, que eu me lembre. Onde haveria representante nas reuniões do Movimento um representante do executivo, uma pessoa de confiança do Prefeito, e claro que poderia ser ele mesmo, um representante da Câmara de Vereadores apoiado pelos demais, um representante do MPRS\CAOMA, e claro alinhado ao MP de nossa cidade, representante do Comitê Caí, representante de classe social da iniciativa privada, ACI por exemplo, representante da AME Rio Caí, enfim lembrei destas organizações de forma imprescindível, mas podem haver outras e o principal eixo onde desaguaria os entendimentos das organizações citadas, uma Universidade conveniada, mas que também acredite neste formato e apoie transformar entendimentos coletivos em Projetos.
É possível que este Pensar a Cidade, não tenha data para acabar, pois com certeza os frutos da assertividade nesta construção originará novas importantes conquistas para a qualidade de vida em sociedade.
Lembrando que inovação não tem a ver necessariamente com tecnologia e sim com o ato de inovar na solução de problemas complexos. Acredito que estamos perdendo uma oportunidade histórica de construir projetos e levar ao Poder Executivo Nacional através de Projetos que podem servir de exemplos para outras cidades. As ideias\projetos estariam alinhadas as melhores técnicas e o mais importante validada politicamente, social e ambientalmente.
Cobrar os Governos Estadual e Federal, que tem a responsabilidade de atender dezenas, talvez centenas de cidades e seus problemas individuais em relação as cheias, nos faz apenas renunciar a nossa capacidade de aproveitar quem sabe o melhor momento de apresentar Projetos com investimentos importantes, frente a tudo que passamos.
O Governo Federal, onde estão os recursos precisam de Projetos, boas ideias e validações coletivas, para que possam ser contemplados, que somente a união de forças da sociedade podem conquistar.
O tempo passa e a natureza de nosso problema, não deve esperar mais pelo nosso movimento na direção de Pensar a Cidade!




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