Transplante de medula de Mateu foi sucesso e expectativa é pela cura da leucemia
O montenegrino Mateu Coitinho dos Santos, de 9 anos, tem uma nova data de aniversário. Além do 15 de maio, quando nasceu, vai comemorar o 20 de janeiro, dia do novo nascimento.
Desde fevereiro do ano passado Mateu está lutando contra a leucemia. Oito meses depois surgiu a boa notícia de que tinha sido encontrado um doador 100% compatível. O tratamento prosseguiu com as quimioterapias no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e no final de novembro viajou para São Paulo, onde foi marcado o transplante no Hospital de Barretos. Após alguns imprevistos, que ocasionaram o adiamento do transplante, foi marcado para 4 de janeiro.
Em 27 de dezembro ocorreu a internação e iniciaram novas sessões de quimioterapia e radioterapia, preparatórias para a infusão da medula nova. “Foi um processo tranqüilo. Não teve reação ou rejeição”, comemora a mãe, Josiane Coitinho. Foi colocado sonda para receber alimentação, devido a mucosite causada pelas radioterapias. “Foram nove dias difíceis, em que não conseguia engolir e falar. Teve febre, mas a partir do décimo dia começou a melhorar, diminuindo as dores”, recorda.
Sete dias após o transplante inicia uma contagem para ver se a medula foi aceita pelo organismos, com a realização de exames que verificam se começou a gerar as defesas, as plaquetas. No D+16, em 20 de janeiro, foi constatado que realmente a medula “pegou”. “Foi o novo nascimento do Mateu”, festeja Josiane. “Começou a produzir as plaquetas, as defesas do organismo. É uma nova vida começando”, ressalta.
Mateu ficou internado no hospital mais alguns dias até a segunda-feira passada, dia 24, quando teve alta. Segue em Barretos com a mãe, agora na casa que foi alugada. Todos os dias, pela manhã e tarde, realiza exames e medicações no hospital. “É como um bebê recém nascido em questão de imunidade. Com a medula nova, está gerando as defesas dele tudo de novo”, explica Josiane, sobre os cuidados especiais que são necessários. Vai precisar tomar por seis meses uma medicação imunossupressora, para evitar a rejeição da medula. Inicialmente ficaria ainda neste período em Barretos, mas como o tratamento está indo muito bem, Josiane diz que existe a possibilidade de retornar para Montenegro no final de março. Aí continuaria o tratamento e acompanhamento em Porto Alegre. “Isso vai depender do resultado dos próximos dias e exames”, afirma.
Nesta próxima semana deve ser feita uma nova biopsia na medula nova. “Se o resultado sair como 100% do DNA do doador, sem nenhum resquício da medula antiga, é considerado curado. Estamos muito confiantes”, declara Josiane, otimista, acreditando que até sexta-feira tenha a confirmação da cura de Mateu. Depois segue o tratamento, em isolamento, com muitos cuidados, alimentação restrita e evitando contatos, para que não tenha qualquer rejeição. “Estamos muito confiantes e felizes que está dando tudo certo. Logo voltamos para Montenegro, com esta batalha vencida. O Mateu está muito bem. Ele é muito forte. Nem parece que passou por um transplante faz menos de um mês. Está sempre rindo e brincando”, completa, agradecendo o apoio, orações e ajuda de todos.
Ajuda da comunidade
Em razão das muitas despesas, incluindo hospedagem, alimentação e deslocamentos, foi lançada no ano passado uma campanha de arrecadação que envolveu várias ações. Foi criada uma vaquinha online que pode ser acessada pelo link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/em-busca-da-cura-mateu. Doações também podem ser feitas pelo PIX, através do CPF 00483587036. E várias outras ações foram realizadas, como rifa, tampinha solidário e coleta de lixo reciclado, pedágio, Domingueira Beneficente, entre outras, que tiveram a participação da população.
A ajuda da comunidade foi muito importante na campanha em busca da sonhada cura do Mateu, que é morador do bairro Senai, em Montenegro. “Sempre foi uma criança muito saudável, ativa e esperta. Adora jogar futebol e andar de bicicleta”, conta a mãe. Ela lembra que cerca de um ano atrás ele teve um pouco de febre e uma manchinha no rosto, que chamou mais a atenção. “Procuramos a pediatra e a doutora Ariadene Duarte pediu exames. No mesmo dia identificou um risco muito grande de leucemia. Ligou para Porto Alegre e após novos exames já encaminhou para o Hospital de Clínicas. Falou que era preciso atendimento urgente. A biopsia confirmou e no dia 11 de fevereiro o Mateu já realizou a primeira quimioterapia”, recorda.
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