Chegada de 400 venezuelanos preocupa a Prefeitura
Até o final de julho, devem chegar a Montenegro em torno de 120 trabalhadores venezuelanos contratados pela unidade local da JBS. Como virão acompanhados das famílias, a previsão é que a migração envolva 400 estrangeiros, que saíram de seu país fugindo da pobreza e da ditadura. A notícia está preocupando a Administração Municipal, em virtude do impacto social que o acolhimento pode gerar.
Quem está tratando diretamente do assunto é a Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania. O órgão busca informações junto à empresa sobre onde estas pessoas ficarão acomodadas e quais são as suas condições de saúde, pelo fato de o Brasil ainda estar vivendo, de forma intensa, a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o secretário Luís Fernando Ferreira, o Município foi comunicado em 15 de junho. “As únicas informações que os representantes da empresa e do governo federal nos deram foram as de que terão emprego e moradia garantidos por ao mesmo 60 dias”, explica.
Em correspondência enviada à direção da JBS, Ferreira lamenta que a Administração não tenha sido consultada antes da contratação, visto que a medida resultará em aumento na demanda de serviços essenciais, em áreas como Saúde, Educação e Assistência Social. Ele estudou os casos de outras cidades em que também houve o acolhimento de venezuelanos e constatou que em Canoas, por exemplo, o desemprego nesse grupo atinge 40%. “Esse dado nos deixa extremamente apreensivos, pois já nos faltam condições de atender plenamente os usuários regulares dos serviços sociais”, sublinha o secretário.
Durante a reunião do dia 15 de junho, os representantes do governo federal mencionaram a possibilidade de uma contrapartida ao Município pelo acolhimento dos venezuelanos. Porto Alegre recebeu R$ 480 mil do Governo Federal ao abrigar 200 imigrantes. “Contudo, até o momento, não foi expedida portaria prevendo o repasse de recursos a Montenegro”, alerta Luís Fernando Ferreira.
O prefeito Gustavo Zanatta determinou à Secretaria Municipal de Habitação o acompanhamento permanente do caso. Ele lembra que a Prefeitura não pode impedir as empresas de contratarem imigrantes e que isso já ocorreu antes, com haitianos e senegaleses. Por outro lado, observa que o Município deve receber uma compensação para garantir a eles a estrutura mínima de Saúde e Educação, a que têm direito como qualquer outro brasileiro.
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