Apresentador cego é destaque na programação da TV Mon

Valdair Silva participa dos programas Cidade em Debate e Diversidade e Inclusão - Reprodução/FN

Valdair da Rosa Silva, de 57 anos, é bastante conhecido em Montenegro e na região, principalmente pela atuação na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, inclusive com atuação destacada no Conselho Municipal e como presidente da Associação dos deficientes visuais. Foi candidato a vereador na última eleição e está em Montenegro desde 1982, quando veio trabalhar no Polo Petroquímico de Triunfo. E foi num acidente de trabalho, numa queda numa construção que atuava como mestre de obra, que perdeu a visão quando tinha 42 anos, devido a um descolamento de retina. Apesar da deficiência, superou os obstáculos e sempre foi bastante atuante.

Valdair Silva apresenta o programa Diversidade e Inclusão
– Reprodução/FN

Segundo o jornalista Adriano Alves de Oliveira, diretor da TV Mon HD Canal 6, Valdair é o primeiro apresentador de televisão cego do Rio Grande do Sul e um dos raros casos no país. Ele conta que começou a participar na TV Mon a partir do início de 2021, quando recebeu um convite da ex-vereadora Josi Paz do programa Cidade em Debate. Seguiu participando como debatedor. Desde abril deste ano passou a atuar como apresentador no programa Diversidade e Inclusão, tratando sobre acessibilidade e também outros diversos assuntos. “Tem sido uma experiência maravilhosa”, destaca, tanto sobre a participação no Cidade em Debate nas terças-feiras, em outros debates e no Diversidade e Inclusão nas segundas-feiras às 16h30 e 22h40, além de reprise no sábado às 12h30 e domingo 9h. “Como cego, no início fiquei com um pouco de medo, mas tem dado certo. É um grande desafio, ainda mais ao vivo”, completa. Muitas vezes Valdair é o âncora que apresenta também o Cidade em Debate.

Entre os maiores desafios, conforme Valdair está o de saber como está sua imagem na TV. “O pessoal me deixa tranqüilo e tenho me sentido muito bem acolhido. Os programas têm tido boa aceitação”, comemora, acompanhando a repercussão nas redes sociais e nas ruas da cidade. “Foi importante abrir este espaço para falar sobre inclusão e outros assuntos da cidade”, considera.

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