Fundação Rockefeller

Homem mais rico do mundo, Rockfeller era um filantropo e ajudou até a população do Vale do Caí Reprodução/Internet

John David Rockefeller Nixon nasceu em 1839, em Richford, no estado de Nova York. Seus pais eram muito pobres, mas ele frequentou a escola. Foi aluno regular nas outras matérias, mas muito bom em matemática. O que o ajudou a alcançar a sua maior conquista: o primeiro emprego (job, em inglês). Isto aconteceu em 26 de setembro de 1865, na cidade de Cleveland, quando ele tinha 16 anos. Foi um emprego de contador num estabelecimento comercial. Ele começava no trabalho às seis e meia e trabalhava, muitas vezes, até a noite. Rockefeller considerava que o trabalho mudou a sua vida para melhor. Por isto, todos os anos, comemorava a data de 26 de setembro como o seu jobday (dia do primeiro emprego). Depois de três anos como empregado, criou o seu próprio negócio e, mais tarde, criou a Standard Oil Company que veio a tornar-se a maior empresa petrolífera do mundo. Tornou-se o homem mais rico do mundo e o mais rico de todos os tempos. Sua fortuna, em valores atuais, chegou a 330 bilhões de dólares*.

Foi também o mais notável filantropo do mundo, criando a Fundação Rockfeller que patrocinou universidades, hospitais, institutos de pesquisas e campanhas para combater doenças endêmicas, principalmente a verminose, em países pobres. No Brasil, a Fundação Rockefeller atuou de 1913 a 1942, empenhando-se especialmente no combate à febre amarela e à malária. Doenças muito comuns e mortais naquela época.

Sua ação chegou também ao Vale do Caí, com trabalho voltado para o combate à verminose.

Entre 9 de fevereiro de 1922 e 15 de abril de 1923, por iniciativa do intendente caiense da época, dr. Alberto Barbosa, a Comissão Rockefeller atuou no Caí, chefiada pelo Dr. Luiz Ferraz (nascido na cidade de Rio Grande, a 17 de julho de 1888. Fez os estudos primários e secundários em sua cidade natal, em São Leopoldo e Pelotas. Doutorou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, em 1931, defendendo a tese: “Da Helioterapia e sua aplicação no Tratamento das Lesões Traumáticas”. Especializou-se em Higiene. Participou do 2o Congresso Nacional de Tuberculose de Porto Alegre e do Congresso Médico realizado no Rio de Janeiro em 1922. Publicou o trabalho “A Epidemiologia e a Profilaxia da Tuberculose na cidade do Rio Grande”, em colaboração com outros colegas. Ex-interno dos serviços de profilaxia da Fundação Rockfeller. Desempenhou as funções de médico-chefe do D.E.S. da localidade de Rio Grande).

Segundo Alceu Masson, o trabalho da Comissão (ou Fundação) Rockefeller no Cai foi intenso, totalizando 45.874 tratamentos. Com a média de mais de dois tratamentos por pessoa medicada. Com isto, só no município do Caí, 16.522 pessoas curaram-se da unicinariose. Esta doença era também conhecida como icterícia ou amarelão, pois aqueles que são atacados por ela ficam, temporariamente, com a pele amarelada. Na colônia alemã, seu nome era gelb sucht (doença amarela).

É uma verminose que atinge especialmente às pessoas que andam descalças (o que era comum antigamente) em ambientes onde não existe tratamento do esgoto cloacal. Antigamente, no meio rural, era comum as pessoas fazerem suas necessidades no mato, nos fundos de casa, e a doença era transmitida através de vermes contidos nas fezes humanas. Os vermes desenvolviam-se na terra e infectavam pessoas que pisavam a terra andando descalças. O que era ainda mais comum em crianças. Quem foi criança na década de 1920 teve de tomar os remédios oferecidos pela Fundação Rockfeller. E o gosto não era bom.

  • Valores sujeitos a atualização pois o texto foi escrito em janeiro de 2010

Renato Klein113 Posts

Passo do Matiel

A família Heck se encontra

A cidade do Caí, em 1940

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