Caí pede ajuda em enchente recorde e assustadora
Algo jamais visto. Uma enchente recorde, que atinge a maior parte de São Sebastião do Caí, inclusive com inundação no centro da cidade. E com o nível do rio Caí não parando de subir.
Antes se temia que a cheia poderia ser semelhante a do ciclone de junho, mas está sendo maior. Pela régua da Defesa Civil caiense já marcava 15m34cm às 21h, tendo subido 24 centímetros na última hora. Já está mais um metro maior que a enchente histórica de junho. Dezenas de famílias foram resgatadas para os ginásios do bairro Rio Branco e do Parque Centenário.
“Estamos muito preocupados. Está se anunciando uma tragédia em São Sebastião do Caí. Não estamos dando conta de atender todas as demandas. Muitas famílias não quiseram sair de suas casas e agora estão com água na janela pedindo por socorro. Não temos capacidade e estrutura para atender tamanha demanda. Os bombeiros voluntários estão se desdobrando, fazendo além de suas condições. A situação é muito crítica”, afirma o coordenador da Defesa Civil caiense, Ênio Santos. Ele cita que foi solicitado o apoio de bombeiros militares do Estado e bombeiros voluntários de outras regiões, que estão se deslocando com embarcações. “Não acreditaram nos alertas, mesmo com toda a chuvarada. Está batendo todos os recordes de nível de inundação no Caí e ainda parou de subir o nível do rio”, completa, muito preocupado. A Defesa Civil pede auxílio através do empréstimo de embarcações para poder socorrer os flagelados em situação mais crítica.
Os bombeiros e a Defesa Civil, como não estão dando conta de toda a demanda, estão priorizando as retiradas de famílias em situação de emergência. “Estamos socorrendo as pessoas. Não estamos mais retirando móveis e bens das casas. Já tem muitos relatos de pessoas que levantaram os móveis, mas perderam tudo, com a água chegando a altura da janela até no segundo piso”, relata Ênio, enquanto procura prestar os atendimentos.
A boa notícia é de que na Serra o nível do rio parou de subir, conforme a régua da CPRM em Nova Palmira (Caxias do Sul). Só que tem muita água para descer, pois foram registradas também grandes inundações em várias cidades do Vale do Caí, que nunca tinham grandes cheias, como em Vale Real, Alto Feliz, Feliz, São Vendelino e Bom Princípio. Casas e propriedades que nunca tinham sido atingidas ficaram alagadas.
Em Montenegro, que sofre a sua décima inundação em quatro meses, a régua da CPRM marcava 7m47cm às 20h30, subindo 14 centímetros na última hora. Barcos estão de prontidão, assim como o ginásio Domingão do Parque Centenário, para a remoção de famílias. Como o rio já estava cheio devido a inundação do início da semana, também se projeta uma enchente maior que a de junho. Em Montenegro a Defesa Civil também pede ajuda de voluntários com barcos.
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