Um nome para o Centro de Cultura
No ano de 2008, foi inaugurado o Centro de Cultura de São Sebastião do Caí. Obra do prefeito Léo Klein, que é músico. O Centro de Cultura está em uso e vem sendo bastante aproveitado. Mostrou ser uma obra de grande utilidade e deverá ser mais utilizado no futuro.
O Caí passará a contar, brevemente, com mais um auditório, o da nova sede da OAB, com 66 poltronas. O prédio foi inaugurado solenemente no dia 27 de novembro deste ano de 2009, mas sem as poltronas. Não será difícil mobiliar a peça e o presidente da subseção da OAB de São Sebastião do Caí, Evaldo Kievel, um dos grandes responsáveis pela concretização da obra, considera que o auditório deverá ser disponibilizado para a comunidade.
Mas está faltando escolher os nomes para estes locais.
O fotógrafo, antiquário virtual e estudioso da história, Vilson Nunes da Silva, propõe o nome de Miguelino Silveira. Grande músico caiense, um dos maiores compositores gaúchos da primeira metade do século XX.
Poderia se objetar que Miguelino, embora muito importante na sua época, seja desconhecido do público atual. Mas, ao invés de encarar-se este fato como um motivo para recusa a esta denominação, podemos vê-lo como um desafio: o de recuperar a obra do velho maestro Miguelino.
É urgente que se vá atrás dos discos e partituras do maior número possível de obras deste grande compositor caiense. E, também, que a ótima Orquestra Municipal de Sopros de São Sebastião do Cai, comandada pelo extraordinário maestro Davi Dessotti, se dedique a recuperar e até eternizar (com gravação) os hits criados pelo grande músico caiense de outrora.
Existe, porém, um outro nome que merece ser considerado para denominar o Centro de Cultura: o de Carlos Henrique Hunsche.
Também desconhecido das novas gerações, ele é (disparadamente) o maior intelectual caiense de todos os tempos. Na verdade, um dos maiores intelectuais brasileiros de todos os tempos. Sua obra é monumental e só não teve maior repercussão porque ficou concentrada num assunto ao qual a comunidade intelectual brasileira e mundial ainda não deu o devido valor: a imigração alemã para o Rio Grande do Sul. E mesmo os gaúchos, por provincianismo, não deram a este assunto o merecido valor. Sabemos mais sobre a história do Velho Oeste americano do que acerca da história da nossa região colonial (que é tão ou mais empolgante quanto aquela, celebrizada nos filmes de bangue-bangue). O fato de Carlos Henrique Hunsche haver concentrado sua extraordinária capacidade intelectual e formidável disposição para o trabalho ao estudo da história da sua gente, mostra o seu grande amor pela região e pela colônia alemã.
Carlos Henrique Hunsche, assim como Miguelino Silveira, precisa ter a sua obra mais conhecida do público caiense, para que o povo compreenda o porquê deles serem homenageados.
E quanto ao nome do auditório da OAB? Que nome lhe poderia ser dado? Considerando que o advogado e prefeito Egydio Michaelsen foi homenageado com o nome de uma importante avenida e o advogado e prefeito Orestes Lucas foi homenageado com o nome daquela mesma praça em que foi construída a sede da Ordem dos Advogados, um bom nome a ser cogitado seria o do advogado e prefeito Mário Leão.
- Texto original foi escrito em novembro de 2009
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