Municípios poderão comprar vacinas
Diante de um momento muito grave da pandemia, com aumento no número de casos, internações e mortes, agravado pela falta de vagas em hospitais devido a grande procura e a preocupação que a situação ainda possa piorar mesmo com o aumento das restrições decorrentes da bandeira preta, os prefeitos da região buscam alternativas no sentido de acelerar a vacinação contra o coronavírus, beneficiando mais grupos e faixas etárias. Como o envio de lotes, por parte do Ministério da Saúde, é bastante lento, só tendo sido suficiente para contemplar profissionais da saúde, residentes em asilos e idosos com mais de 81 anos até o momento, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) deve criar uma comissão visando a aquisição de vacinas contra a Covid-19. E o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Caí (CIS-Caí) integra essa comissão.
O tema foi tratado em reunião virtual no último sábado, com a participação do presidente da Famurs, Maneco Hassen e representantes de consórcios públicos do Rio Grande do Sul, entre eles o CIS-Caí, presidido pelo prefeito de Salvador do Sul, Marco Aurélio Eckert. Além de já manter contato com laboratórios que fornecem vacinas, a comissão vai pressionar os governos estadual e federal pelo fornecimento de mais lotes, visando vacinar mais grupos de risco e também profissionais da educação. Também terão reuniões com o Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público para buscar orientações quanto ao modelo jurídico a ser adotado para a aquisição das vacinas. O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou os estados e municípios a comprarem e distribuírem vacinas, caso o Governo Federal não cumpra o Plano Nacional de Imunização e as doses previstas sejam insuficientes. Ontem a Câmara dos deputados também aprovou projeto que descentraliza a compra de vacinas, facilitando a aquisição pelos governos federal, estadual e municipal, além da própria iniciativa privada, o que agora depende de sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Montenegro busca autorização
Com o objetivo de minimizar as consequências da proliferação do vírus e de criar um plano de enfrentamento contra a Covid-19, representantes da Prefeitura de Montenegro e de diversos órgãos e entidades da sociedade civil se reuniram, na manhã de ontem, terça-feira, dia 2, para a primeira reunião do Gabinete de Crise contra o coronavírus. Dentre as primeiras medidas definidas pelo grupo, está a busca, por parte da Administração Municipal, de meios para aquisição de vacinas aprovadas pela Anvisa, para que sejam aplicadas na população local.
A Prefeitura de Montenegro, inclusive, enviará à Câmara de Vereadores um projeto de lei abrindo crédito para a compra, caso isso se torne realmente possível. Segundo o prefeito Gustavo Zanatta, trata-se de uma medida fundamental, tendo em vista o grande número de contaminados em todo o Estado e, principalmente, a grave situação dos hospitais da cidade. A quantidade de leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) já não é suficiente para atender a toda a demanda.
Outra medida definida pelo Gabinete de Crise é a produção de um material informativo de conscientização para a população e orientação sobre o que é possível ou não para os comerciantes. “É necessário que as forças no município tenham a mesma informação para um bom entendimento e interpretação das regras”, destacou o prefeito Zanatta.
Além do chefe do Executivo local, participaram do encontro os outros integrantes do Gabinete de Crise, que são representantes da Prefeitura de Montenegro (gabinete, secretarias municipais de Gestão e Planejamento, Saúde, Indústria e Comércio e Obras Públicas), Câmara Municipal de Vereadores, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial, Industrial e de Serviços Montenegro/Pareci Novo, Unimed Vale do Caí, Hospital Montenegro e Sindilojas. A coordenação do grupo ficará com o secretário municipal de Gestão e Planejamento, Fabrício Coitinho. As reuniões ocorrerão periodicamente e irão buscar soluções para diversas áreas como saúde, comércio local, educação, vacinação, interpretação dos regramentos oriundos do Governo do Estado, entre outros temas ligados à pandemia.
Unimed e HM com UTI’s lotadas
Para que todos os membros do Gabinete de Crise tivessem uma noção da gravidade da situação da saúde no município, representantes das duas instituições de saúde de Montenegro apresentaram números de leitos e internações para conhecimento coletivo.
No Hospital Unimed, são 31 pacientes (suspeitos e confirmados): nove estão na UTI e 22 na enfermaria. Segundo a instituição, de segunda para terça-feira, foram sete internações. No Hospital Montenegro (HM), são 33 pessoas baixadas: 14 estão na UTI e 19 na unidade de internação. De acordo com o representante da casa de Saúde, das cinco internações diárias, pelo menos um paciente necessita ser entubado.
A Unimed já está com 100% da sua taxa de ocupação. No Hospital Montenegro a situação é ainda pior: 140%. Outra informação que vem dos dois hospitais é a alta na infecção de pessoas mais jovens. No HM, inclusive, 33% dos internados têm idade abaixo de 50 anos.
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