Integrantes da imprensa de Montenegro e do Estado foram convidados, na última quarta-feira, dia 17, a visitarem as unidades da Fundação Proamb situadas nos municípios de Nova Santa Rita e Pinto Bandeira. Na ocasião, o diretor de operações da Proamb, engenheiro químico Gustavo Fiorese, recepcionou os repórteres e explicou os processos de tratamento de resíduos.

Em Nova Santa Rita, Fiorese ressaltou que a Proamb transforma cerca de 4 mil toneladas de resíduos, gerando combustível. “É um processo de produção de combustível derivado de resíduos, com alta tecnologia, num ambiente sem cheiro, praga ou vetor”, mostra, citando que depois o material é aproveitado pela indústria cimenteira. Ele diz que apenas os rejeitos, que não são aproveitados, seguem depois para a unidade de Pinto Bandeira, que é uma central de resíduos nos mesmos moldes que a Proamb pretende instalar em Montenegro.

Gustavo Fiorese lembrou, ainda, que a Fundação surgiu há 32 anos, por iniciativa de um grupo de empresários de Bento Gonçalves, preocupados em solucionar o problema do descarte de resíduos. Surgiu então a primeira central de resíduos do Estado. “Temos a solução completa para a indústria”, afirma Gustavo.

Em Montenegro a Proamb adquiriu uma área de 46 hectares, em situação degradada, já que tinha sido explorada para uma pedreira na localidade de Pesqueiro. “É uma cratera, escolhida a dedo por critério técnico e aprovada pela Fepam”, diz. O investimento previsto é de cerca de R$ 15 milhões, numa unidade semelhante à de Pinto Bandeira. “Não existe desenvolvimento industrial sem ter um local adequado para a destinação dos resíduos. E no caso de Montenegro não terá qualquer impacto fora da propriedade”, garante, mostrando a distância em relação ao rio Caí e da RS 124.

A intenção da Fundação Proamb é de esclarecer a comunidade e o poder público sobre a segurança e importância do investimento. Gustavo Fiorese recorda que em Nova Santa Rita, inicialmente, também houve certa resistência de parte da população. Mas passados dez anos se compreendeu a necessidade e importância do empreendimento. “É um mecanismo fundamental, por exemplo, para o desenvolvimento do Polo da Química, que está sendo implantado em Montenegro. E isso vai alavancar o desenvolvimento da região”, projeta.

Em Pinto Bandeira, a unidade está situada numa área de cerca de 28 hectares, dos quais menos de 3 hectares são utilizados para a central de resíduos. Fiorese mostra que seis células já estão encerradas, devendo a unidade receber resíduos por mais cerca de oito anos e depois tudo será coberto de vegetação. A coordenadora da unidade, Edenara de Marco, mostrou para a imprensa como funciona a central de resíduos. O supervisor Antônio Brandão, da Proamb, caminhando sobre uma das células, já fechadas, destacou como é o processo de impermeabilização. “As valas encerradas são monitoradas diariamente, interna e externamente”, explica.

Gustavo Fiorese informou que os principais resíduos recebidos na unidade de Pinto Bandeira são areias de fundição, escórias, cinzas de caldeira, lodo galvânico e de curtume, entre outros. Ressalta que é uma central confinada e muito bem preparada, em harmonia com o meio ambiente. “É fundamental para a indústria que se tenha o local adequado para a destinação destes materiais”, salienta. Ele cita que o objetivo da visita foi justamente mostrar as operações das unidades. Quanto ao processo para a instalação da central de resíduos em Montenegro, cita que foi encaminhado um novo pedido de certidão ambiental para a Prefeitura. “Estamos fazendo um forte trabalho de esclarecimento na comunidade”, afirma, citando que na Fepam o estudo de impacto ambiental foi aprovado sem ressalvas.