Pesqueiro protesta contra aterro industrial

Em audiência pública no Pesqueiro, moradores e lideranças já tinham pedido a não instalação do aterro industrial - Reprodução/FN

Em audiência pública realizada na noite de ontem, terça-feira, dia 22, que durou cerca de quatro horas, foram várias as perguntas e reclamações quanto a instalação de uma central de disposição de resíduos industriais na localidade de Pesqueiro, no interior de Montenegro. O encontro teve a presença de moradores no salão da igreja do Pesqueiro e participações de forma virtual. Representantes da empresa Proamb e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) apresentaram detalhes do projeto e responderam as perguntas dos participantes da audiência pública.

A maioria dos participantes, além dos questionamentos, se manifestou contra a instalação do aterro industrial. Vereadores como Felipe Kinn, Juares Silva, Paulo Azeredo e Ari Muller também estiveram presentes. Juarez e Kinn falaram estranhando o fato da Câmara e da própria comunidade não ter sido comunicado antes, já que o processo de instalação vem desde 2020. Já Paulo Azeredo disse que deve ingressar com projeto proibindo que Montenegro receba resíduos de outros municípios, além de abaixo-assinado e ação junto ao Ministério Público. Lideranças questionaram o fato de não ter sido consultado o Conselho Municipal de Meio Ambiente e nem o Comitê Caí. Chamou a atenção também a grande participação da comunidade Kilombola Morada da Paz, situada em Porto Batista.

Representantes da Proamb e da Fepam apresentaram o projeto e responderam perguntas
– Reprodução/FN

Os representantes da empresa Proamb e da Fepam explicaram que todos os procedimentos estão sendo realizados, tanto quanto a documentação, segurança e preocupação com o meio ambiente. Citaram outras unidades da empresa já existentes em Pinto Bandeira e Nova Santa Rita. Inclusive esclareceram sobre dois incidentes ocorridos, relativos a incêndios na unidade de Pinto Bandeira. Ressaltaram que a empresa possui certificação de qualidade e a central de Montenegro terá monitoramento remoto 24 horas por dia, sendo líder em soluções ambientais no Estado. A obra de instalação deve gerar 40 empregos e após o início das operações, previstas para o começo de 2023, serão criados outros 25 empregos.

Empresa já tem unidades em Pinto Bandeira e Nova Santa Rita
– Crédito: Proamb

O secretário municipal de Meio Ambiente de Montenegro, José Clébio Ribeiro da Silva, já tinha informado que a empresa recebeu uma autorização de estudos de implantação no município em 17 de maio de 2020, portanto ainda no governo anterior. De lá para cá diz que foram feitas diversas análises em dez pontos de monitoramento sobre os impactos ambientais. E o licenciamento foi conseguido junto à Fepam. “Nós não podemos anular um documento que foi expedido por uma fundação estadual. Não está na nossa jurisdição revogar este pedido”, explica. Citou que se trata de uma unidade de coprocessamento de resíduos contaminados por químicos, ácidos e até metais pesados. A unidade poderá receber até 45 mil toneladas de resíduos diários numa área de 46 hectares, mas a empresa garantiu que serão adotados todos os procedimentos necessários e que após um período de 26 anos será desativada, passando a funcionar uma estação de energia solar.

Os moradores pediram uma nova audiência pública, alegando que a maioria das perguntas não foram respondidas e seria necessário discutir mais o assunto. A empresa informou que manifestações ainda podem ocorrer de forma escrita através do e-mail rsi-montenegro@fepam.rs.gov até 1º de março.

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