Em um voto com cerca de dez horas de duração, o ministro Luiz Fux absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro de todos os crimes pelo qual foi acusado no processo de denúncia de trama golpista. Fux considerou Bolsonaro inocente das acusações de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

Terceiro a votar no Supremo Tribunal Federal (STF), ele divergiu das posições dos dois ministros que se manifestaram anteriormente. Ao contrário de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, os quais tinham votado pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro os outros réus, Fux defendeu a anulação de todos os atos processuais da ação penal, alegando incompetência jurídica do STF para julgar o caso. Após Luiz Fux, ainda terão os votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, com o prosseguimento nesta quinta-feira e a conclusão do julgamento devendo ocorrer na sexta-feira. Por enquanto o placar é de 2 votos favoráveis a condenação e um contrário. No caso do general Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice de Bolsonaro, e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, ambos já receberam três votos, somando maioria para a condenação por abolição violenta do Estado democrático de direito.