Um caso de feminicídio que aconteceu em São Sebastião do Caí 17 anos atrás foi julgado nesta terça-feira, dia 27.

O júri popular estava inicialmente previsto para 5 de dezembro do ano passado, mas foi adiado devido a enchente que deixou o Fórum do Caí duas semanas fechado. O julgamento, que iniciou às 9h da manhã, terminou pouco antes de 17h, quando a juíza Priscila Anadon Carvalho proferiu a sentença. O réu Luís de Vargas, de 44 anos, foi condenado a 21 anos de reclusão, em regime inicial fechado.

Conforme denúncia do Ministério Público (MP), o réu matou a namorada Cláudia Fernandes de Lima, no bairro São Martim, mediante tiros de revólver. O homicídio aconteceu em 17 de dezembro de 2006, por volta de 18h, na RS-122, altura do quilômetro 4. Na denúncia, o promotor Rafael Russomano Gonçalvez considerou que o réu agiu por motivo fútil, visto que matou a vítima por ciúme, por não aceitar o fim do relacionamento, entrando em sua casa, arrastando-a pelos cabelos para fora da residência e atingindo-a pelas costas com quatro disparos.

Três mulheres e quatro homens integraram o Conselho de Sentença. Foram ouvidas três testemunhas de acusação e interrogado o réu.

O acusado já havia sido condenado a 14 anos e 3 meses de reclusão em 7 de novembro de 2017, mas o julgamento acabou sendo anulado pelo fato dele estar hospitalizado e não poder comparecer ao júri. Foi então marcado novo júri popular onde acabou tendo uma pena ainda maior.

A defesa, que foi exercida pelo advogado Lineu Ismael Souza de Quadros, poderá recorrer da sentença. O réu não estava preso e diante da existência de habeas corpus preventivo, vedando a decretação da prisão, ele poderá recorrer em liberdade.