Justiça julga recurso e mantém a pena de 85 anos de prisão para padrasto que matou enteada
O Tribunal de Justiça do Estado (TJ RS) julgou ontem, quarta-feira, dia 13, a apelação encaminhada pelos advogados de defesa do padrado condenado por estuprar e matar a enteada em Bom Princípio. E a 3ª Câmara Criminal decidiu, por unanimidade, negar provimento ao apelo da defesa, mantendo assim a sentença do júri popular realizado no Fórum de São Sebastião do Caí em 7 de abril deste ano, quando Elias dos Santos Silvestre foi condenado a 85 anos e 3 meses de prisão, além de 20 mil reais de indenização para cada genitor (pai e mãe).
Ainda no júri, a defesa chegou a questionar a integridade mental do réu, com a tese de semi-imputabilidade e necessidade de perícia, mas o julgamento foi mantido pela juíza Priscila Anadon Carvalho. Depois, de acordo com o Ministério Público, a defesa chegou a pedir a anulação do júri, por não ter sido instaurado incidente de insanidade mental e teriam alegado injustiça na aplicação da pena. “Tudo foi rechaçado pelo Tribunal de Justiça. O réu foi condenado em tudo e agora a apelação foi desprovida à unanimidade pelos desembargadores”, afirma a promotora Lara Guimarães Trein, que atuou na acusação no júri, tendo ainda como assistentes de acusação os advogados Mara Elaine Dresch Kaspary e Daniel Figueira Tonetto e Humberto Bernardo, contratados pela família da vítima.
A promotora defendeu que o réu fosse condenado por homicídio quintuplamente qualificado, incluindo meio cruel, dissimulação, assegurar ocultação de estupro, feminicídio e motivo torpe. A defesa do réu, que ingressou com recurso, esteve a cargo dos advogados Manoel Pedro Silveira Castanheira, Marco Alfredo Mejía e Marcos Vinicius Zanuzo.
O crime de grande repercussão aconteceu em 4 de abril de 2021. A adolescente Jordana Tamires Christ Watthier, de 13 anos, foi violentada e morta por estrangulamento pelo padrasto, Elias dos Santos Silvestre, de 40 anos. O corpo foi encontrado na manhã do domingo de Páscoa, na localidade de Santa Teresinha, junto a margem do arroio Forromeco. Após o crime brutal, o acusado chegou a fugir para São Sebastião do Caí e Montenegro, mas acabou se entregando para a Brigada Militar cinco dias depois, em Teutônia, onde moravam seus familiares. Desde então está preso, tendo sido indiciado pela Polícia por feminicídio e estupro de vulnerável, por envolver menor de 14 anos. O acusado já tinha antecedentes por três crimes sexuais, sendo dois contra menores, de 14 e 15 anos, e um roubo, tendo sido condenado anteriormente a 12 anos de prisão e estava em liberdade condicional quando assassinou a enteada.
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