Morte de Debby Michels: MP recorre da anulação do júri

O Ministério Público (MPRS) recorreu da decisão de 18 de novembro que anulou o julgamento do caso da personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, a “Debby”, morta em janeiro de 2024, em Montenegro, e encontrada na calçada em frente à casa dos pais no bairro Centenário. O réu Alexsandro Gunsch havia sido condenado pelo Tribunal do Júri , em abril, a 26 anos e oito meses de prisão. Ele segue preso em Canoas.

A defesa do réu ingressou com recurso, pedindo a anulação do julgamento. Por 2 votos a 1, o a 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado decidiu pela anulação do júri e a marcação de um novo julgamento. Mas o MP recorreu e agora aguarda o julgamento do recurso.

Debby Michels foi morta em janeiro do ano passado
– Crédito: Reprodução

De acordo com o MPRS, a anulação se baseou na interpretação de que uma suposta expressão facial da juíza presidente do tribunal (um suspiro, um sorriso leve, um movimento de cabeça) teria influenciado os jurados durante a sustentação da defesa. Para o Ministério Público, essa conclusão é insustentável: não há prova de que os jurados sequer tenham percebido o gesto, e muito menos de que ele tenha determinado o veredito.

No recurso, o MPRS destaca que a ciência não permite atribuir a um único gesto isolado o poder de alterar decisões humanas tão complexas: “Estudos de psicologia cognitiva, como os de Daniel Kahneman, e pesquisas sobre julgamentos rápidos reforçam que comportamentos não verbais não podem ser isolados de horas de provas, depoimentos e argumentação racional”, entende o Ministério Público, que busca manter a condenação.

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