Fechado definitivamente em 2018, quando houve a mudança do hospital para as novas instalações junto a UPA, o prédio necessitava de reparos e cuidados, bem como uma nova utilização. Formou-se então uma comissão organizadora com uma equipe técnica de arquitetos, engenheiros e profissionais integrados, com objetivos de recuperar esta edificação.

A primeira etapa, da substituição de todo telhado, foi feita através de parceria com a Associação Comunitária Bom Princípio, e a segunda – de reconstituição da capela e da antiga clausura – foi conduzida pela Prefeitura. Os recursos empenhados na obra são oriundos dos cofres públicos, das emendas impositivas dos vereadores Nestor Pedro Henz, Gilmar José Haas (Seco), Renato José Krewer, Beatriz Inês Bohn, Letícia Maria Chassot, Roberto Henriques da Silva, Vanderlei Luis Arnhold, e Fábio Luís Juwer, e do ex-vereador Dárcio Schneider.

Ambas as etapas da obra foram entregues à comunidade em solenidade emocionante e que marca uma nova era para a edificação centenária.

Por todo seu valor sentimental e histórico, a cerimônia de entrega da obra teve seu ponto central na capela totalmente revitalizada. E o sentimento entre os participantes era unânime: de muita emoção e gratidão.

O primeiro momento foi de ação de graças, celebrado pelo pároco Ludinei Marcos Vian. Ele enalteceu o fato da obra ter começado justamente na ala onde fica a capela. “Mostra a importância histórica este espaço e o valor que tem para esta comunidade”, refletiu, antes de abençoar a construção.

Representando toda equipe que idealizou e coordenou o projeto e também os ex-presidentes do hospital, César Baumgratz falou do anonimato de tantas pessoas que se doaram para construir o hospital, da importância da capela e da simbologia de realizar o ato de entrega da obra ali. “Acredito que este seja o espaço mais santo de Bom Princípio. Todos que passaram por este hospital, em algum momento estiveram aqui chorando, rezando, pedindo, agradecendo. Por aqui já passou Dom Vicente Scherer, aqui estiveram doentes, profissionais, fiéis e ateus. É um lugar de silêncio; não de utilidade, mas de valor”, disse, ressaltando que a “obra” nunca vai acabar. E em homenagem a tantas gerações que já passaram por ali, respeitando o silêncio desse lugar santo, junto com a equipe de canto entoou a canção Só no Silêncio.

E diante de servidores públicos, equipe de coordenação da obra, ex-presidentes, ex-funcionários do hospital, e comunidade, o prefeito Fábio Persch também se pronunciou, muito emocionado. Lembrou dos tempos em que ele próprio participava das missas na capela, aos domingos de noite, momento em que conseguia uma pausa no trabalho para rezar.

Falou da importância do prédio histórico e do esforço conjunto de sua equipe para preservar a edificação. “Esperamos que este local continue merecendo a atenção da administração e que possa ser todo revitalizado, para poder novamente ser utilizado como um lugar de saúde, educação, cultura e oração”, ressaltou.

“Depois de oito anos como prefeito, é uma honra concluir esse ciclo da minha vida aqui neste local tão significativo”, disse, entre lágrimas, sendo muito aplaudido.

O padre tomou a frente, seguido pelos participantes, abençoando também as sete salas reformadas e o antigo banheiro. Em frente à porta frontal, foi feito o desenlace da fita inaugural. Lá fora, uma mesa de doces à base de morangos esperava os participantes, e um vídeo sobre as duas primeiras etapas da obra foi projetado nas paredes centenárias do hospital.

Agora, duas de várias etapas previstas para requalificação do prédio estão concluídas, e uma ala inteira está pronta para receber a Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, conforme projeto global.

Texto e fotos: Claudia ComunicAtiva