Rapaz internado no Pronto Socorro devido a incêndio já está fora de perigo
Leonardo Machado dos Santos, o Leo, de 20 anos, felizmente já está melhor. “Estou tranqüilo”, disse, ainda internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS), em Porto Alegre. Conforme o pai, Genesio, o filho está fora de perigo e a expectativa é de que nos próximos dias tenha alta, podendo voltar para Montenegro.
Léo não tem falado sobre o ocorrido no início da manhã do último domingo. Familiares também tem procurado evitar. “Está tossindo bastante e o corpo dói”, diz o pai, além do abalo psicológico do incêndio que o deixou em estado grave, entubado na UTI do Pronto Socorro. Ele inalou muita fumaça durante o fogo numa pensão, por volta de 7h da manhã de domingo passado, na Travessa Capitão Porfírio (antigos trilhos). A torcida dos familiares e amigos é pela sua recuperação.
Leonardo morava sozinho no quarto da Pensão do Gringo. Conforme o pai, Genesio, ele tinha dois gatinhos. Quando percebeu o incêndio, Leonardo teria tentado salvar os gatinhos, colocando em uma mochila, onde estavam também seu notebook e celular. Teria se arrastado pelo chão, com um pano no rosto. Mas ao tentar sair não conseguiu retirar a mochila e salvar seus animais de estimação. E ainda inalou muita fumaça, chegando a queimar a garganta, além de torcer o pé ao pular do segundo piso da pensão, quando foi socorrido por um vizinho. Encaminhado ao Hospital Montenegro (HM), devido a gravidade foi removido para o HPS. Mas agora está bem e logo deixará o hospital.
O rapaz é bastante conhecido e estimado. Segundo o pai, saiu do quartel faz cerca de três meses, após cumprir o serviço militar. E atualmente trabalha numa empresa durante o dia e numa pizzaria na parte da noite. O incêndio aconteceu justamente no dia em que pretendia se mudar para outra casa que tinha locado no bairro Imigração. Como é bastante estimado, amigos e colegas fizeram uma campanha e mobiliaram a casa, aguardando pela sua recuperação para ver a surpresa.
Os incêndios
A principal suspeita da Polícia é de que os dois incêndios ocorridos no início da manhã de domingo, dia 31, tenham sido criminosos e estejam diretamente relacionados. Pelo menos 17 pessoas perderam tudo, incluindo duas casas e uma pensão de oito quartos.
Os bombeiros foram chamados para o primeiro incêndio por volta de 5h40min. O fogo destruiu uma casa no bairro Santo Antônio, no prolongamento da Rua Ramiro Barcelos. No local morava uma mulher e três filhos. Luciana Aparecida da Silva, de 42 anos, conta que só o filho mais velho, Henry Gabriel Ferreira, de 22 anos, estava na moradia. Ele acordou com a casa em chamas e não teve tempo de salvar nada. Luciana diz que estava na casa de uma amiga. E dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de 7, estavam no retiro de uma igreja. Diz que perdeu tudo, entre móveis, eletrodomésticos, roupas e outros pertences. Suspeita que o fogo tenha sido provocado por um indivíduo com quem teve um relacionamento. E que já havia ameaçado queimar a sua casa anteriormente e continuava ligando. “Não temos mais nada”, diz, enquanto está na casa da mãe, no bairro Panorama. Familiares e amigos estão organizando uma campanha de doações. Contatos podem ser mantidos pelos telefone 99968 5385 ou 980341920 pode levar direto na Rua Carlos Kohler, 32. Também podem ocorrer doações através do site vakinha.com.br (ID 1751656).
Ao retornarem ao quartel, após abastecerem os dois caminhões com mais 10 mil litros de água, em torno de 7 horas os bombeiros foram acionados para outro incêndio, desta vez na Travessa Capitão Porfírio (antigos trilhos), na parte central da cidade. Quatro bombeiros trabalharam no combate as chamas, que atingiram uma casa e uma pensão. Conforme os proprietários da pensão, Elio Ganzer (Gringo) e Margarete Viana Silva, oito quartos foram destruídos, onde estavam morando doze pessoas. “Nós estávamos dormindo quando meu marido ouviu um barulho e levantou. Era muito fogo”, lembra Margarete. “Começou numa casa do lado”, completa. “Perderam tudo. Roupas, calçados e até os documentos”, diz, além de móveis e eletrodomésticos. “Ficaram sem nada”, completa “Gringo”, que está acolhendo os inquilinos num antigo bar da pensão, no espaço do térreo que não foi atingido pelas chamas. “O que levamos a vida toda para construir, foi tudo devorado pelo fogo”, diz Margarete, sobre a pensão que tinham faz cerca de quinze anos, calculando um prejuízo de mais de cem mil reais. Os inquilinos necessitam de ajuda através de doações, incluindo roupas, calçados, colchões, roupas de cama e mantimentos. Materiais de construção também podem ser doados para a reconstrução do local. Contatos podem ser mantidos pelos telefones 99695 9531 e 99703 1276.
O delegado Andre Roese diz que a Polícia está investigando os incêndios. No caso de confirmação de crime, a Polícia apura se foi o mesmo autor nos dois locais ou o segundo incêndio foi uma represália ao primeiro. Além dos levantamentos e depoimentos, a Polícia aguarda os laudos da perícia e está analisando imagens de câmeras. Informações e imagens, mesmo de maneira anônima, podem ser repassadas através dos telefones 3632 1111 e 197.
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