A Vigilância em Saúde de Montenegro emitiu um alerta diante do avanço da esporotricose no município, que já soma 217 animais — entre gatos e cães — diagnosticados e 48 pessoas infectadas. A coordenadora Beatriz Regina Garcia explica que o cenário tende a se agravar nos meses quentes. “A proliferação de fungos aumenta com o calor, que favorece a transmissão”, destaca.
A doença, causada por fungos do gênero Sporothrix, afeta principalmente os gatos, que são os principais transmissores, mas também pode atingir cães e humanos. Nos pets, surgem feridas que não cicatrizam, lesões no rosto e nas patas e caroços que podem evoluir para úlceras. “Muitas vezes, as lesões aumentam rapidamente, e o tutor não percebe a gravidade. Ao menor sinal, é essencial procurar atendimento veterinário”, reforça Beatriz. A Prefeitura oferece gratuitamente consultas, exames e medicamentos.
Entre humanos, a doença aparece primeiro como nódulos avermelhados e dolorosos, podendo gerar lesões que seguem os vasos linfáticos e, em casos graves, comprometer pulmões e articulações. A transmissão ocorre principalmente por arranhões de gatos infectados. “A esporotricose tem cura, desde que o tratamento seja seguido corretamente e sem interrupções”, afirma a coordenadora. Os antifúngicos são fornecidos pelo SUS.
A prevenção inclui o uso de luvas ao manipular animais doentes, limpeza rigorosa dos ambientes e isolamento temporário dos pets contaminados. Beatriz reforça ainda que o abandono agrava a transmissão. “Não maltratem e não abandonem. Os animais também são vítimas do fungo”, finaliza.